Depois de várias décadas de trabalho árduo, os colonos conseguiram transformar São José do Hortêncio numa importante localidade: a mais próspera do Vale do Caí |
Mas
não ficávamos satisfeitos apenas em celebrar o domingo nos abstendo do trabalho,
de acordo com o costume alemão, queríamos também cultuar a Deus. Por isso, logo
no segundo ou terceiro ano após a nossa chegada, construímos uma casa de
orações, que não poderíamos chamar sequer de capela, bem no local onde hoje está
a nossa bela igreja paroquial. Era no máximo do tamanho da cozinha do Padre,
tinha uma porta na parede do eitão (1) e uma janela de cada lado, com aberturas de
tábuas.
As paredes não eram pintadas, mas batumadas com barro. Muitas vezes, ao
rezar em nossa capelinha, nos lembrávamos com saudade de nossas belas igrejas
com seus sinos que podiam ser ouvidos a longas distâncias e seu órgãos afinados
e sonantes da velha terra natal. Mas mesmo não tendo todas essas coisas queridas
da Alemanha, festejávamos nosso domingo, nosso Natal e nossa Páscoa da melhor
maneira possível.
De primeiro, o Weber lá das 14 Colônias recitava as nossas
orações e nossos cânticos, depois veio o Birnfeld, depois de retornar do serviço
do exército. Já na década de trinta construímos uma capela maior, de madeira,
rejuntada com barro, que nos serviu de igreja paroquial até 1871. A construção
foi empreitada ao carpinteiro Philipp Schmitz por 330$000. Entretanto, para
juntar essa pequena fortuna, fomos obrigados e pedir contribuições em todas as
picadas daqui até São Leopoldo, sendo que cada membro ainda teve que pagar 8$000.
Olhem, crianças,
naqueles tempos o dinheiro era ainda mais raro que nos dias atuais. Quando
construímos nossa nova capela na Picada Nova, cada membro teve que entrar com
347$000, isto é 17$000 a mais do que anteriormente a comunidade inteira juntou
com a ajuda das colônias de fora. Naquela época também houve uma discussão séria
sobre o local em que a igreja seria levantada. Uns queriam a colônia do Nikolaus
Dill, onde se situava a velha casa de orações, outros a queriam mais atrás, nas
proximidades do morro Fritzenberg. Do jeito que agora, 70 anos depois, as
famílias católicas estão espalhadas pela Picada, a igreja está no lugar certo,
mas não era naquela época, do jeito que as coisas eram naquele tempo, pois as colônias nas proximidades
do Fritzenberg e do Vale das Rosas eram de predominância católica.
O Vale das Palmeiras e do Tabaco estavam previstos para serem o prolongamento da nossa Picada e alguns rapazes bons já haviam começado a derrubada por aquelas bandas. Desse modo, a Picada dos Portugueses teria se transformado em uma picada dupla, com 70 a 80 colônias em cada lado, no entanto, a colônia de Nikolaus Dill era apenas a de número 16, isto é, quase no começo da Picada. Quando fazemos estas observações, fica claro porque alguns queriam que a igreja ficasse nos arredores do Morro Fritzenberg. Depois de muitas idas e vindas, a nova igreja foi finalmente construída na colônia de Nikolaus Dill.”
Texto traduzido do alemão disponibilizado por Hari Klein
Foto do acervo de Moacir Johann
O Vale das Palmeiras e do Tabaco estavam previstos para serem o prolongamento da nossa Picada e alguns rapazes bons já haviam começado a derrubada por aquelas bandas. Desse modo, a Picada dos Portugueses teria se transformado em uma picada dupla, com 70 a 80 colônias em cada lado, no entanto, a colônia de Nikolaus Dill era apenas a de número 16, isto é, quase no começo da Picada. Quando fazemos estas observações, fica claro porque alguns queriam que a igreja ficasse nos arredores do Morro Fritzenberg. Depois de muitas idas e vindas, a nova igreja foi finalmente construída na colônia de Nikolaus Dill.”
Texto traduzido do alemão disponibilizado por Hari Klein
Foto do acervo de Moacir Johann
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