sábado, 2 de novembro de 2013

3006 - Prédios adquiridos pela igreja das famílias Renner e Trein


O quarteirão ocupado atualmente pela Escola Estadual São Sebastião
pertenceu, no passado, às famílias do comerciante Cristiano Trein e do 

seu genro A J Renner (filho do empresário montenegrino Jacob Renner)

Como se observa nas duas fotos acima, as frentes para as ruas Marechal Floriano e 13 de
Maio eram totalmente ocupadas por construções e foram nelas que A J Renner começou
suas atividades como industrial. As quais resultaram no maior império industrial e comercial
do estado: as indústrias e comércio Renner.
Quando ainda estava no Cai, no inicio da década de 1910, a empresa alcançou enorme 

desenvolvimento, devido ao sucesso das capas Ideal, as primeiras realmente impermeáveis, 
criadas de acordo com as necessidades das pessoas que andavam longas distâncias a cavalo, 
pegando chuva.Tendo iniciado suas atividades no prédio assinalado como número 1, 
a indústria foi crescendo com a ocupação de prédios vizinhos e construção de novos.
Antônio Jacob Renner, que veio a tornar-se o maior empresário gaúcho até então, era muito 
jovem e estava apenas começando sua vida de empresário. Com muito esforço, ele conseguiu
dominar as técnicas de confecção de tecidos e criou um produto revolucionário: as capas Ideal,
que, de fato, eram ideais para enfrentar o frio e a chuva nas cavalgadas pelas estradas 
e campos do interior.
Na época praticamente não existiam automóveis e as capas tiveram enorme aceitação e
utilidade. Foi necessário aumentar rapidamente a produção e, para ampliar a fábrica, A J 
precisou comprar e construir prédios vizinhos ao da esquina. Como seu pai era o poderoso 
industrial Jacob Renner e seu sogro o igualmente riquíssimo Cristiano Trein (veja matérias
sobre esses dois grandes capitalistas da região em outras postagens do Histórias do Vale 
do Caí), não faltou recurso para as aquisições.

A foto foi feita da frente da igreja matriz de São Sebastião. Note-se que a praça, na época, 
era cercada. Provavelmente isso foi feito para acabar com o hábito que as pessoas  tinham
de atalhar pelo meio da praça, mesmo andando a cavalo ou em carretas de boi. Até tropas 
de gado passavam por ali.

Esses prédio continuam pertencendo à Igreja Católica e, atualmente, são alugados para o 
estado, para que ali funcione a Escola Estadual São Sebastião.

Prédio número 1: esquina da rua Marechal Floriano. Funcionou ali o importantíssimo 
estabelecimento comercial de Cristiano Trein. Homem de aspecto simples, mas um dos 
maiores capitalistas da cidade e do estado.

Prédio número 2 e 3: provavelmente foi feito menor, inicialmente, sendo depois ampliado.
Repare-se na sua semelhança com o prédio da fábrica de banha Renner, do pai de A J, 
em Montenegro (foto abaixo). Talvez o construtor tenha sido o mesmo. O prédio do Caí, 
porém, é maissimples. Talvez por ter sido construído com pressa, devido ao espetacular 
sucesso das capas Ideal.




























Prédio número 4:
Este prédio também continua sendo utilizado pela Escola Estadual São Sebastião.

Prédio número 5:
É um prédio residencial, mas também deve ter sido adquirido pelas famílias Renner e Trein.
Deve ter servido à empresa Renner como escritório ou residência para algum administrador
da empresa.

Prédio número 6:
Trata-se de um galpão de madeira. Possivelmente o mesmo galpão que foi construído 
na década de 1870, para abrigar os imigrantes que chegavam pelo rio Caí, antes deles
enfrentarem a caminhada até a região da Serra, para ocupar os seus lotes de terra.

Prédio número 7: 
Esta pequena casa foi reformada e ampliada, anos depois, abrigou  o consultório 
de um médico chamado Hernig Kackel (ver postagem 3005).

Prédio número 9;
Essa construção ficava na esquina da rua Marechal Floriano com  Henrique D´Ávila. 
Hoje também está integrada ao prédio da Escola São Sebastião.














Primeiras duas fotos extraídas do livro São Sebastião do Caí, de Arthur Rabuske
Assim era a rua Henrique D'Ávila em 1928


Fotos principais extraídas do livro São Sebastião  do Caí, 
do padre Artyhur Rabuske
Foto da fábrica de banha, do acervo de Romélio Oliveira
Foto da rua Henrique D´Ávila, do acervo de Lu Bohn


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