quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

3648 - Luciano Benedetti - um sobrevivente da guerra

Benedetti estudou técnicas de solda na Itália e exerceu
essa profissão no Brasil


Tendo completado, no ano passado (1983), 30 anos da sua vinda para o Brasil, O caiense Luciano Benedetti trouxe consigo da Itália, sua terra de origem, muitas histórias impressionantes. Especialmente as que ele conta sobre a sua participação na Segunda Guerra Mundial.
Conforme conta, Luciano nasceu no Tirol, no dia 15 de julho de 1925. Seu pai era austríaco e a mãe itaiana.
Quando começou a guerra, em 1939, Luciano tinha 14 anos e fazia parte da Juventude Fascista. Em 1942, com 17, apresentou-se como voluntário na aeronáutica, pois a situação  na época era muito difícil e os militares ganhavam mais comida do que os civis.
O padre capelão instruía os novos recrutas dizendo que o quinto mandamento (não matar) não tinha valor, durante a guerra. Era necessário matar para não morrer.
A Itália era aliada da Alemanha e Luciano acabou participando como “vountário” (se não fosse, seria preso) da desastrosa invasão da  Rússia.  Naquele  país, os soldados alemães e os 35 mil voluntários italianos enfrentaram frio de 40 a 45 graus abaixo de zero. Faltou combustível e alimentos. Eles tiveram de voltar a pé, num percurso de milhares de quilômetros, sempre acossados pelo fogo do inimigo. 
Luciano conta que chegou a alimentar-se de formigas e piolhos. No desespero em que se encontravam, os soldados  comiam até os cadáveres dos  companheiros mortos. Dos 35 mil voluntários, somente 14 sobreviveram.

Matéria publicada pelo jornal Fato Novo em 9 de fevereiro de 1984

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