sábado, 29 de agosto de 2009

348 - Buscas infrutíferas e a volta de Jacó

Foi organizado um grupo de voluntários que se prontificou a sair no encalço dos índios assaltantes, na tentativa de resgatar a mulher e as crianças por eles raptadas. A expedição partiu de São Vendelino no dia 15 de janeiro de 1868. Chamou a atenção de todos, no início da jornada, o estado de ânimo de Lamberto Versteg. Cabisbaixo, abatido pela desgraça que caíra sobre sua família, ele não parecia mais o mesmo homem de porte altivo que era antes.
Eram os seguintes os integrantes da pequena tropa:
João Felipe Scheid, Antônio Grossmann, João Beckembach, Nicolau Neis, Jacó Weirich, Henrique Esswein, Antônio Ludwig, Nicolau Lermen, Tomás Postai, João Lotermann, Matias Hendges, Xavier Boeni, Frederico Gossenheimer, Jacó Mueller, Pedro Krein, Simão Backendorf, Matias Nauls, Nicolau Binsfeld, João Ramler, Matias Scherer, Jacó Schmitt, Adão Petry, Matias Rodrigues da Fonseca, Augusto Froem, Lamberto Versteg e João Boesing. Ao todo, 26 homens.
Matias Rodrigues da Fonseca, que sabia falar alemão e tinha o hábito de embrenhar-se na mata fazendo caçadas, foi escolhido pelos membros da expedição para ser o chefe da mesma. Fato que demonstra o quanto ele era respeitado pelos colonos de Santa Maria da Soledade.
Tanto esta quanto outra expedição organizada para resgatar Valfrida, Jacó e Lucila foram mal sucedidas. Era difícil para os colonos enfrentar as agruras da selva e mais difícil ainda confrontar-se com os índios no ambiente que eles conheciam muito melhor. Além disto, a extensão das terras desabitadas que eram percorridas pelos índios na sua existência nômade tornava quase impossível a sua localização. Na segunda expedição de busca, patrocinada pelo governo, Luis Bugre ofereceu-se para participar e foi aceito devido aos seus conhecimentos da floresta e da tribo dos índios raptores. Mas tudo indica que ele procurou, ardilosamente, impedir o sucesso dos expedicionários.
Passaram-se os anos e os colonos nada souberam quanto ao destino da mãe e seus filhos. Nove anos mais tarde, Jacó Versteg apareceu de volta à civilização. Ele havia vivido com a tribo, levando uma vida de selvagem. Até que, já um rapaz adulto, com seus 23 anos, conseguiu fugir. Dirigiu-se para São Leopoldo, onde teve a sorte de encontrar seu pai. Assim Lamberto soube que tanto a esposa como a filha haviam sido mortas pelos índios.
Jacó Versteg narrou sua história pormenorizadamente para o monsenhor Matias Gansweidt, que a narrou no livro As Vítimas do Bugre. Um rico relato sobre as desventuras dos três raptados e sobre as características da floresta e dos seus primitivos habitantes.

Um comentário:

  1. Renato,
    Há algums anos lí um livro intitulado "Prisioneiros dos Bugres" de Fidelis Dalcim Barbosa e que julguei ser uma obra de ficção.Agora,vendo o seu relato me interecei muito em ler o livro do monsenhor Matias José Gomsweidt.Saberia me dizer como encontra-lo?
    Muito bom o seu blog!
    Abraço,
    Vicente

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