Os Brochier souberam tratar com os índios, respeitando seus costumes e direitos. Mas a convivência entre brancos e índios nem sempre era pacífica. Certa vez um agregado ou escravo dos irmãos Brochier se desentendeu com os selvagens e estes o mataram, além de seqüestrar sua mulher e os filhos. João Honoré e Augusto não reagiram, deixando o caso por isto mesmo e preservando a paz com os índios.
Outra história preservada pela família Brochier conta que Augusto encontrou - numa caçada - um filhote de onça e trouxe-o para casa. Criou-o como um animal doméstico, solto pelo pátio da sua casa. Manso e treinado, o animal (um macho) não molestava os outros bichos de criação. Mas uma vez, quando a onça já era adulta, Augusto a viu matando uma galinha. Augusto bateu na onça com um relho, pensando em castigá-la para que deixasse de molestar as aves domésticas. Mas a onça teve uma reação inesperada. Enfurecida, atacou o seu dono com extrema violência. Derrubou Augusto e o feriu com as garras e os dentes e o teria matado se não fosse a pronta intervenção de seu irmão, que abateu a fera com um certeiro tiro de espingarda, quando ela estava sobre Augusto, em plena luta.
João Honoré fez isto apesar de ser entrevado e viver preso a uma cadeira de rodas. Ele viveu assim a maior parte da sua longa vida. Veio para o Brasil com boa saúde, mas perdeu os movimentos nas pernas devido a uma picada de cobra venenosa. Não se sabe quando isto aconteceu, mas o fato dele haver se mantido solteiro sugere que tenha sofrido o acidente quando era ainda jovem. Mesmo assim ele teve um filho natural chamado Gabriel, que casou-se e deixou descendentes.
Augusto Brochier casou em 1840, com uma francesa 26 anos mais nova do que ele. O casal deixou 12 filhos.
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