sábado, 22 de agosto de 2009

245 - A herança de Salvador

Em 1814 a família Feijó recebeu do governo a doação de uma área no local onde hoje situa-se a cidade de Bom Princípio e constou do documento de doação destas terras que o local era conhecido como Serrarias. O que dá bem uma idéia da atividade extrativa que ali se desenvolvia já naquela época.
A madeira de lei era extraída de árvores centenárias e, por isto, apresentava extraordinária resistência e durabilidade. Madeiras assim, que hoje são raras, então existiam abundantemente. E, por isto, eram usadas para as mais variadas finalidades. Na casa que Salvador possuía na sua propriedade, as telhas eram feitas de madeira.
Este primeiro tupandiense casou, em 18 de dezembro de 1821, com Clara Maria da Glória. Ela era viúva de Tomaz José Bueno, mas não tinha filhos do primeiro casamento e nem veio a tê-los com Salvador.
O casal conseguiu uma certa prosperidade, conforme se pode constatar no inventário feito por ocasião da morte de Salvador Alves da Rosa. Foram relacionados no documento uma casa, quatro escravas, dois escravos, 40 rezes de criar, oito bois mansos, um carro velho e uma carreta velha.
Salvador morreu no dia 28 de julho de 1852, em Taquari, durante uma viagem que fez àquela vila. Sua esposa, Clara Maria da Glória, faleceu 27 anos mais tarde, com a idade de 70 anos. Ela, então, morava em Porto Alegre.
Em seu testamento Maria da Glória determinou que, depois da sua morte, dava como libertos os seis escravos que possuía. Ela tinha uma filha adotada que se chamava Maria da Gloria de Oliveira, que foi adotada como “criancinha exposta”. Isto quer dizer que a menina havia sido deixada pela mãe, quando pequena, numa instituição de caridade para ser adotada por alguém.
A paróquia de Tupandi foi criada no ano de 1873 e no seu primeiro livro de Registros Paroquiais consta que até 1855 havia somente mata virgem no lugar onde foi cosntruída a igreja (a atual cidade de Tupandi). E consta também deste livro que o lugar recebeu o nome de São Salvador devido ao arroio do mesmo nome que existe por ali. E afirma ainda que o nome do arroio provinha do antigo proprietário das terras, “um certo luso-brasileiro de nome Salvador”.

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