A paróquia de Triunfo, da qual o Padre Clarque foi o primeiro vigário, era muito grande. Ela compreendia todo o território existente entre os rios do Sinos e Caí, Caí e Taquari e, ainda, entre o Taquari e o Pardo. E em todo este enorme território, conforme levantamento feito pelo padre em 1757, haviam apenas duas povoações além da sede paroquial: as de Santo Amaro (hoje São Jerônimo) e de Rio Pardo (hoje a cidade do mesmo nome). Além disto, haviam 25 grandes fazendas neste mesmo território. Nesta época, portanto, o povoado de Capela de Santana ainda não existia. Mas haviam várias fazendas na região de Capela, que então era conhecida como Ilha do Rio dos Sinos. Uma delas situava-se um pouco ao sul do local onde hoje existe a cidade do Caí. Esta fazenda, e mais uma outra situada atrás da atual cidade de Montenegro, pertencia a Bernardo Batista.
No ano seguinte, 1758, o padre Clarque fez um levantamento de todos os moradores da sua paróquia com idade para se confessar e comungar. Ele relacionou 507 pessoas e assinalou que no ano anterior este número era de apenas 251. O que dá uma idéia de que a população da região de Capela aumentava vertiginosamente.
Bernardo Batista e seu cunhado Manoel Mendes moravam na fazenda situada próxima a Montenegro, que se chamava Bom Retiro. Já o pai de Bernardo, que se chamava João Batista Rosa, residia na fazenda que ficava à esquerda do rio Caí, ao sul do arroio Cadeia, local que corresponde atualmente ao Pareci Velho. Nesta fazenda viviam ainda a esposa de João Batista, os filhos e alguns escravos. Entre os escravos, o padre Clarque relacionou um chamado João Parassi, que era casado com Francisca Bela. Nos livros de batismo das paróquias de Viamão e de Triunfo o monsenhor Neis encontrou registros de batismo de vários filhos deste casal, inclusive Maria, nascida em 1756; Paula, em 1759; Ana, em 1761 e Antônio, em 1765.
Ana Bela era mulata e consta também num documento da época que, ao nascer, foi declarada forra (liberta) pelos seu senhor João Batista Rosa e pela mulher deste, Maria Bela. João Batista da Rosa, conforme já vimos, era o proprietário da fazenda situada no lado esquerdo do Rio Caí e que corresponde aproximadamente à atual localidade de Pareci Velho.
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