O padre Mendoza se dirigia para a região de Caaguá (Campos de Cima da Serra, Sâo Francisco de Paula), atravessando o território então denominado Ibiá. O padre era grande conhecedor desta região, que percorria navegando pelos rios Taquari e Caí, fazendo contatos com índios que tentava reunir num esforço de resistência contra os bandeirantes escravagistas. Ele foi morto pelos índios liderados pelo feiticeiro Tayubaí e outros caciques. Comandados pelo cacique Guaimica, os índios da redução Jesus-Maria perseguiram os ibianguaras que haviam matado o padre Cristóvão e capturaram Tayubaí. O feiticeiro foi levado até o local do martírio do padre e, lá, morto a pauladas.
Seguindo relatos deixados pelos jesuítas da época, o historiador Aurélio Porto (no seu livro História das Missões Orientais do Uruguai) narrou a morte do padre Cristóvão da seguinte forma:
“Quando o padre chegou junto ao arroio, começara a chover. Relâmpagos contínuos cortavam o céu em ziguezagues de fogo. E, ali mesmo, desmontando do cavalo em que viajava, procurou abrigar-se. Para o que os índios amigos da sua comitiva começaram logo uns a erguer o rancho e outros a trazer lenha para fazer a comida e alguns a arrancar a palha para fazer as suas choças. Poucos eram estes companheiros, mas valentes, pois os caaguaras, certos de que nada aconteceria ao bom padre, haviam ficado em suas aldeias. Voltavam os índios amigos carregados de lenha e de palha, quando do mato surgiram os índios, armados em guerra, que lhe tomaram o passo. Alguns dos companheiros índios conseguiram chegar até o lugar onde estava o sacerdote, avisando-o aos gritos do perigo que corria. Mesmo estando desarmados, tentaram resistir ao ataque dos selvagens. Mas, ante a superioridade numérica dos inimigos, a maior parte tratou de fugir para o mato, sob uma nuvem de flechas. Alguns poucos ficaram junto de Cristóvão, enfrentando o perigo.
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