quarta-feira, 19 de agosto de 2009

202 - Passo da Boa Esperança

Junto à cidade de Feliz, o Passo da Boa Esperança foi o melhor local que os tropeiros encontraram para atravessar o rio com suas tropas de bois ou de mulas
Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos tropeiros que passavam pelo Vale do Caí conduzindo gado em direção ao norte do país era a travessia do rio Caí. E o melhor lugar encontrado por eles para fazer esta travessia foi o Passo da Boa Esperança, no local onde hoje se situa a cidade de Feliz. 
Quando o rio estava alto por causa das chuvas, tornava-se impossível atravessá-lo e os tropeiros eram obrigados a permanecer acampados nas imediações até que as águas baixassem. Este fato tornava o local estratégico para o comércio. E consta que, em meados da década de 1840, morou ali um homem cujo sobrenome era Rocha. Sua casa ficava no mesmo local em que hoje está situado o centro de Feliz, junto ao então denominado Passo da Boa Esperança. A casa deste pioneiro ficava nas terras que foram adquiridas pelo imigrante Johann Weissheimer em 1847. Este Rocha, do qual pouco se sabe, deve ter sido o primeiro morador do local.
Além dos tropeiros que passavam pelo Passo da Boa Esperança, viviam na região alguns poucos brancos que extraíam algumas riquezas da mata e faziam trocas com os índios, como era o caso dos pioneiros Francisco José Veloso (o Ferromeco) e Tertuliano Antônio Pereira, que viviam nas margens do arroio Forromeco.
E também frequentavam o Vale do Caí alguns brancos que se dedicavam à extração da madeira. Eles derrubavam árvores situadas próximas ao rio Caí escolhendo apenas aquelas cuja madeira melhor se prestava para a carpintaria e a marcenaria (construção de casas, móveis etc). Eles não ficavam muito tempo num mesmo lugar. Assim que esgotavam a madeira boa existente numa determinada área, se dirigiam a um outro ponto no qual ela ainda podia ser encontrada. 
Os troncos das árvores abatidas eram arrastados até a beira do rio, usando para isso a força de animais como as mulas e os bois. Depois eram levados para Porto Alegre flutuando nas águas do rio Caí. Esta atividade foi tão comum no Vale do Caí, naquela época, que o lugar onde hoje se situa Bom Princípio foi conhecido (por volta de 1840) pelo nome de Serrarias. Estas pessoas procuravam conviver com os índios e até manter relações amistosas com eles.
Mas a colonização da região só se tornou efetiva quando vieram se instalar aqui os imigrantes alemães que receberam terras do governo ou as compraram e, portanto, passaram a considerá-las suas. Por isto muitos conflitos ocorreram entre estes colonos e os índios, que pretendiam continuar percorrendo a região e dela extrair os alimentos de que necessitavam.

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