segunda-feira, 10 de agosto de 2009

73 - Perseguição cruel

Outro testemunho insuspeito sobre os fatos é o do padre católico Ambrósio Schupp, que escreveu um livro intitulado Die Mucker no qual aponta os seguidores de Jacobina como inimigos da igreja. Apesar do seu preconceito contra a seita, ele não esconde no seu relato que colonos de Linha Hortêncio e Linha Nova saquearam e incendiaram sete casas de seguidores da seita e que o delegado daquela região, João Daniel Collin, prendeu as mulheres e as crianças das famílias mucker. Os homens destas famílias tentaram ir para o Ferrabraz, para defender Jacobina e Maurer, mas foram impedidos disto pelos seus vizinhos que eram contrários à seita e tiveram de se esconder nos matos.
Pode se imaginar por estes fatos o que foi o conflito ocorrido dentro da Colônia entre seguidores e não seguidores da seita. Animados pelas condenações que as igrejas regulares, especialmente a Católica, faziam à seita, pessoas debochavam dos seus seguidores e alguns mais exaltados ou imorais chegavam ao extremo de roubar e incendiar as residências das famílias mucker. São José do Hortêncio e Linha Nova contavam com muitos seguidores da seita. O pastor Heinrich Hunsche, que atuava nesta época nas comunidades de Linha Nova e Hortêncio, registrou no seu diário um episódio marcante ocorrido pouco depois do trágico desfecho da Guerra dos Mucker. Conta que no sábado, antes do Natal, morreu em Linha Nova uma criança de ano e meio de idade. Seus pais João Jorge Fuchs e Maria Sofia Bárbara Fuchs haviam abandonado sua casa, propriedade e filhos para irem defender a sua seita no Ferrabraz, onde ambos foram mortos. Os filhos órfãos foram acolhidos por parentes, também adeptos da seita, juntamente com várias outras crianças filhas de mucker que haviam se tornado órfãos em conseqüência da perseguição sofrida pelos adeptos da seita.

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