Pulo Daniel Spoliar segue narrando o episódio;
"Após a chegada de reforços oriundos do 8° Batalhão de Caçadores de São Leopoldo, finalmente a ordem foi restabelecida. O inventário do conflito entre os integralistas foi de um morto (José Luis Schroeder, de São Leopoldo, filho de Jacob Schroeder Junior, proprietário do Hotel Rio Branco), além de outros sete “camisas verdes” feridos: César Mondim (bala no abdômen), Vicente Canalli filho (ferido no joelho), Benjamin Custódio de Oliveira (ferido por coronhada na cabeça), Arlindo Lehen (coronhada na cabeça), Frederico Damian (ferido à bala no pé e com contusões por pontapés pelo corpo), Arlindo Leger (coronhada na cabeça) e Efrain Wagner (bala na cabeça). (Diário de Notícias, 26/02/1935, p. 05)
Entre os guardas municipais, o saldo foi de dois mortos: Valdemar Fernandes do Reis (“Marinho”) e João Pedro Leite, ambos mortos à tiro; e dois feridos: Urbano Keller (bala no pulmão), Belarmino Lucas (bala na perna) . Há ainda um outro ferido, Nelson Schemes, baleado no peito quando tentava socorrer o Sr. Frederico Damian, de 67 anos.
Wolfran Metzler, liderança integralista de Novo Hamburgo, que mais tarde viria a ser deputado estadual pelo Partido de Representação Popular (PRP, herdeiro da legenda da AIB), contou à reportagem que José Luis Schroeder foi morto com um tiro no ouvido quando tentava se refugiar em uma padaria numa das ruas adjacentes à praça (local onde hoje fica a agência do Banco Bradesco de São Sebastião do Caí, na Rua Treze de Maio, quase esquina com a Avenida Egydio Michaelsen).
Procurado pela redação do Diário de Notícias, o chefe integralista do Rio Grande do Sul, Sr. Dario Bittencourt apresentou aos entrevistadores uma edição do jornal “O Integralista” de 10 de fevereiro de 1935, isto é, quinze dias antes do ocorrido, que acusa o governo municipal de São Sebastião do Caí sobre o tratamento que vinha dando aos integralistas daquela cidade. Transcrevo a última parte do artigo de “O Integralista”, citado no Diário de Notícias:
O prefeito municipal de São Sebastião do Caí é o bacharel Athos de Moraes Fortes. A ele é confiada a ordem e a liberdade que os camisas verdes do município podem exigir em face da Constituição. Por isso, os camisas verdes do Rio Grande do Sul responsabilizam o Sr. Athos de Moraes Fortes por qualquer violência que se pratique no município que dirige (Diário de Notícias, 26/02/1935, p. 16).
Em telegrama endereçado ao governador do Estado, o prefeito Athos de Moraes Fortes narra os acontecimentos, mesmo assumindo que não se encontrava na cidade naquele dia, afirmando que “quase todos os integralistas compareceram armados, trazendo copiosa munição e pelo número de mortos e feridos de nossa parte, V. Exa. poderá avaliar os intuitos subversivos desses pretendidos regeneradores” (Diário de Notícias, 26/02/1935, p. 16)."
Interessante postagem, estou procurando maiores informacoes sobre Dario de Bittencourt. Indico meu blog sobre a historia do PRP: www.historia-do-prp.blogspot.com.
ResponderExcluirAbracos,
Guilherme Jorge Figueira