Alguns meses depois, no dia 22 de novembro de 1873, dois homens que andavam a cavalo feriram a tiros o inspetor de quarteirão João Lehn, que era a autoridade policial na colônia do Ferrabraz. Os mucker foram acusados de haver praticado o crime e a notícia logo se espalhou por toda a colônia. O delegado de São Leopoldo, logo que tomou conhecimento do fato, seguiu para Sapiranga com um forte contingente e tratou de prender todos os mucker que encontrou. Foram 33 os suspeitos que ele prendeu e levou até São Leopoldo. Um ato arbitrário, pois os seguidores de Jacobina não eram bandidos. Eram colonos honestos, gente trabalhadora e de boa família, que seguia Jacobina movida apenas pela fé religiosa que ela inspirava neles. Com isto, os mucker se revoltaram e estavam prontos a partir para uma reação violenta contra aqueles que os humilhavam e ofendiam.
Ouvindo a opinião das pessoas mais ponderadas, resolveram apelar para as autoridades. Com a ajuda de João Jorge Klein, escreveram uma longa carta expondo ao Imperador as suas queixas pelas perseguições que vinham sofrendo. Klein, que era cunhado de Jacobina, era um homem culto. Havia estudado na Alemanha, antes de imigrar para o Brasil. Aqui ele serviu como pastor na Picada 48 e em Sapiranga.
João Jorge Maurer foi pessoalmente ao Rio de Janeiro para entregar a carta ao Imperador Dom Pedro II. No Rio, as queixas apresentadas por Maurer tiveram fraca acolhida. Providências burocráticas foram tomadas, mas nada de concreto foi feito para atender aos reclamos dos mucker. O governo Imperial chegou a pedir informações ao governo provincial sobre o que estava acontecendo, a comunicação foi transmitida à delegacia de São Leopoldo e o delegado respondeu a ela informando que as reclamações dos colonos eram descabidas. Com isto, o caso foi arquivado.
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