Assim, os principais produtos cultivados pelos colonos, ao chegarem à sua nova pátria, não foram o trigo ou o centeio e outros produtos que cultivavam na gélida Alemanha. Eles passaram a produzir aqui, o feijão, o milho, a mandioca e outras culturas que se adaptam bem ao clima quente.
Outra cultura tipicamente brasileira que logo passou a ser desenvolvida pelos colonos foi a da cana de açúcar. Dela eles extraíam, além do açúcar, o melado, a schmier e a cachaça.
Para esmagar a cana e tirar-lhe o saboroso caldo, chamado guarapa, os colonos costumavam ter, em suas propriedades, engenhos rústicos, movidos por tração animal.
Conta-se que, certa vez, um viajante sedento chegou à casa de um colono para pedir água. Logo à entrada do sítio havia um engenho de cana e ali brincavam dois garotos.
- Moin (Bom dia) - disse o viajante.
- Moin - respondeu o menorzinho dos garotos. O outro, mais "arisco", ficou quieto. Só olhando.
- Eu estou com muita sede - explicou o viajante. - Será que você pode me arranjar um pouco d'água?
- Água, só indo buscar no poço - respondeu o mesmo garoto. - Mas, se o senhor quiser, pode pegar guarapa, aqui desse tonel.
- Muito obrigado - disse o viajante. E, usando um poronguinho que havia por ali, serviu-se de uma generosa porsão do caldo.
- Que gostosura! - ele exclamou após sorver a última gota.
- Pode beber a vontade - respondeu o garoto. - Ninguém quer beber essa guarapa porque tinha um rato morto aí dentro desse tonel.
O viajante ficou furioso e, desvairado, levantou a mão, que ainda segurava o poronguinho, com intenção de bater, com ele, na cabeça do menino.
Então o outro garoto, que até ali havia se mantido calado, interveio:
- Não faça isso, moço. Vai quebrar o piniquinho da vovó.
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