sábado, 21 de novembro de 2009

695 - Fertilidade

Era comum, antigamente, as famílias terem muitos filhos. Uma verificação estatística pode ser feita com base em árvores genealógicas. Mas, a grosso modo, pode se dizer que - no século XIX - o normal era uma mulher ter em torno de oito a nove filhos. Algumas chegavam a ser mães de vinte crianças ou até mais.
Havia, neste aspecto, diferença entre as famílas católicas e evangélicas. E esta diferença, quanto ao número de filhos, também mereceria ser objeto de um estudo estatístico. Mas, em princípio, as famílias evangélicas apresentavam tendência a ter menos filhos. A dizer-se aqui evangélicas, entenda-se luteranas, já que esta igreja foi a mais comum na região em séculos passados, devido à presença da colônia alemã.
Entre os católicos havia a tradição entre as famílias (talvez, em especial, aquelas com melhor nivel econômico e cultural) de que um filho, ao menos, deveria seguir a a carreira sacerdotal.
Como já naquela época havia falta de padres no Rio Grande do Sul, é muito natural se supor (o que, no entanto deveria ser melhor verificado por pesquisa) que os sacerdotes procurassem doutrinar os pais (e, especialmente, as mães neste sentido).
Era muito conveniente que cada família católica procurasse destinar um filho para o seminário. Principalmente aquelas famílias com condições de dar suporte econômico ao estudo do menino. Já que, do contrário, se tornava difícil custear a formação dos sacerdotes.
Outro aspecto que mereceria ser estudado é a influência que o fator aqui exposto poderia ter no empenho dos padres católicos em condenar o controle da natalidade entre as famílias católicas.

Um comentário:

  1. As famílias alemãs no sul do Brasil realmente eram numerosas. Interessante é que na Alemanha nunca foram, também não poderia ser em algumas regiões há praticamente metade do ano frio e a terra não era tão produtiva. Também não havia a fartura que havia no Brasil. Algo que reforça as palavras de seu texto é o Skt. Ignatiuskalender...a revista dos jesuítas, impressa em Salvador do Sul a partir de 1938 que era escrita em alemão. Visava os padres por trazer informações do seminário, deixava as famílias informadas, divulgava informações sobre os estudantes e servia, naturalmente como propaganda do cristianismo e do catolicismo. Tive a oportunidade de ganhar a coleção, desde os primeiros anos e o material é fantástico!

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