De forma resumida, apresentamos aqui algumas das histórias contadas no admirável livro Weissheimer, de Egídio Weissheimer:
A necessidade de ajuda no trabalho se tornava cada vez maior. Era difícil para Jacob Weissheimer dar conta de todo o serviço. Como não havia entre os colonos muita gente disposta a trabalhar como empregado, Jakob logo passou a considerar uma possibilidade que, na Europa, seria inconcebível. A aquisição de um escravo.
O comércio de escravos trazidos da África era um grande negócio no Brasil dos séculos XVIII e XIX. Em Porto Alegre existiam grandes mercadores de escravos, inclusive os irmãos João Ignácio e José Ignácio Teixeira, que foram proprietários da Fazenda Pareci. Para qualquer família de posses, comprar escravos ou escravas era coisa natural. Possuir escravos era, inclusive, naquela época, um símbolo de status.
Havia, no entanto, uma lei que proibia os colonos alemães de comprar escravos. Mas Jakob logo percebeu que, já naquela época, as leis brasileiras não eram levadas muito a sério. Tanto que, quando ia a São Leopoldo comercializar a sua produção de farinha, ele via que comerciantes alemães possuíam um ou até mesmo vários escravos. E nunca um destes transgressores da lei foi punido, pois a lei não estabelecia nenhuma pena para quem a deixasse de cumprir. Coisa de brasileiro.
Além disto, o próprio governo dava exemplo de falta de seriedade, pois os compromissos que ele havia assumido com os colonos com o objetivo de atrai-los também não foram plenamente cumpridos. Não foi paga a prometida ajuda em dinheiro aos colonos nos primeiros dois anos e nem concedida a cidadania brasileira e a plena liberdade religiosa, que faziam parte do contrato firmado entre o governo imperial brasileiro e os imigrantes alemães.
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