terça-feira, 8 de dezembro de 2009

744 - Dez anos de prosperidade

O livro Weissheimer mostra como foram os primeiros anos dos colonos alemães no Rio Grande do Sul:

Graças ao grau de educação superior que os colonos traziam da Europa, com nível muito acima dos caboclos que viviam pelo interior do Rio Grande naquela época, as dificuldades iniciais foram rapidamente vencidas e a colônia passou por uma fase de grande prosperidade até que, em 1835, veio a Revolução Farroupilha trazendo para a vida dos colonos os flagelos da guerra, do qual eles haviam fugido quando emigraram da sua terra natal.
Mas os quase dez anos de paz que puderam desfrutar antes disto, foram bem aproveitados. Voltemos a acompanhar o exemplo do colono Jakob Weissheimer, seguindo o relato brilhante do seu descendente Egídio Weissheimer.
Depois de perderem seus filhos (uma na viagem de navio, outro no ataque dos bugres) Jakob e Magdalena não esmoreceram. Três anos depois do início do trabalho na sua propriedade, o casal já contava com dois novos filhos. Um nascido em junho de 1827 e outro em março de 1828. O casal já havia construído uma boa casa e até o moinho, que era o grande sonho de Jakob, já estava funcionando. As técnicas que ele havia aprendido com seu tio na Alemanha eram pouco conhecidas no Brasil e ele logo se destacou na produção de farinha. Jakob abastecia as colônias e cidades como São Leopoldo e até Porto Alegre, para onde a sua produção podia ser levada com certa facilidade pelo Rio dos Sinos. Ele também praticava a agricultura na sua propriedade e, aos poucos, conseguia fazer prosperar os seus negócios. Assim como Jakob, outros colonos alemães se destacaram rapidamente graças às técnicas que haviam aprendido na Alemanha. Surgiram logo os fabricantes artesanais de sapatos (tornando o Vale do Sinos conhecido como Vale dos Sapateiros) e também um famoso fabricante de selas e arreios para cavalos que conquistou fama imediata na região campeira da província pela qualidade superior do seu produto. Surgiu, também, a produção de vinho e até, um pouco mais tarde, a de cerveja. Com isto, a colônia alemã passou a se constituir numa grande fornecedora de mercadorias, principalmente para a capital da província. Isto fez movimentar economicamente a região colonial, fomentando diversas atividades, inclusive a navegação nos rios dos Sinos, Cadeia e, mais tarde, no Caí.

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