Já pela década de 1840 e 1850, muitas famílias mudaram-se de Hortêncio (e outras colônias velhas) para as novas colônias que surgiram na Feliz e em Bom Princípio. Na década de 60 a migração foi intensa para o Caí, Pareci Novo e Harmonia e, logo mais, a migração dos colonos seguia na sua marcha para o oeste, ocupando os territórios dos atuais municípios de São José do Sul, Maratá, Brochier Poço das Antas e outros.
A mudança era feita em carroças puxadas a boi.
As estradas eram precaríssimas e a viagem de mudança era muito difícil. Um trecho que hoje pode ser feito em uma hora por estrada asfaltada, naquela época levava dias para ser vencido.
Ir de Hortêncio até o Caí já representava uma longa jornada. Mas depois as dificuldades eram ainda maiores. A primeira delas era a travessia do rio Caí. Como fazer isto com uma carreta de bois?
Havia, junto à atual cidade de São Sebatião do Caí um passo (lugar onde era mais fácil atravessar o rio). Chamava-se Passo do Caí ou Passo do Matiel. Matiel é, até hoje, o nome da localidade existente no lado oposto do rio, de frente para a cidade de São Sebastião do Caí.
No século XX, como aconteceu em outros passos, foi instalada ali uma barca que levava automóveis, carroças e carretas de uma margem à outra do rio. Esta barca funcionou na continuação da rua Pinheiro Machado (a que passa junto ao prédio da prefeitura). Mas, neste local, o rio é profundo e, certamente, não era ali que as carretas dos colonos atravessavam o rio.
Moradores antigos da localidade hoje conhecida como Morro Peixoto (situada no município de Harmonia, perto do atual Balneário das Taquareiras) lembram de um antigo passo, pelo qual as pessoas passavam o rio a pé. Ele fica cerca de cem metros rio abaixo do Balneário das Taquareiras. Ainda havia, até algumas décadas atrás, uma estradinha que dava acesso a este local e era costume os proprietários de caminhões (comerciantes de frutas) levarem seus veículos até o local, que chamavam de Passo, para lavar estes veículos.
Do outro lado do rio situa-se a localidade hoje denominada Várzea da Vila Rica, nos arrabaldes de São Sebastião do Caí.
Era ali, certamente, o local utilizado pelos antigos para fazer a travessia do rio. Um local em que o rio, além de ser raso, não tinha barrancos altos nas suas margens. E que, por isso, possibilitava a travessia fácil (ao menos no tempo seco, quando o nivel do rio estava baixo).
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