quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

794 - Sobre o vapor Horizonte

No seu livro Pareci Novo, o padre Bruno Metzen dedicou um capítulo à navegação fluvial. Ele conta que, antigamente navegavam vapores pelo rio Caí e que estes eram embarcações com uma repartição reservada para passageiros. Eles levavam, também, muita carga. Mas esta era levada em chatas, que eram rebocadas pelos vapores. Um destes barcos chamava-se Horizonte.
"Em 1922, a Companhia Navegação Fluvial, de propriedade de Jacó Michaelsen, foi vendida a Carlos Emílio Kayser e Pedro Erig. Pertenciam ao patrimônio da companhia os vapores Caxias, Oto e Horizonte. O Horizonte era o maior e o mais luxuoso. Transportavam passageiros e a produção colonial a Porto Alegre. Partiam do cais de São Sebastião do Caí às 18:30 horas. Viajavam a noite toda para chegar a Porto Alegre de manhã.
No dia 6 de junho, o Horizonte partiu de São Sebastião do Caí com grande carga e regular número de passageiros. Até Montenegro, tudo correu normalmente. Depois da partida de Montenegro, passados uns quinze minutos, pelas três horas da madrugada, explodiu violentamente a caldeira do vapor. A embarcação submergiu logo, ficando apenas a ponta do mastro à flor da água. Houve vítimas fatais, cerca de 11 pessoas. Entre os passageiros desaparecidos estava o senhor Luís Carlos Weber, negociante em Pareci, e um menino de 10 anos, Mário, filho de Cristina Kinzel.
Qual teria sido a causa da explosão? Por descuido, faltou água na caldeira. O Horizonte era o mais antigo dos vapores. Fora construído em Charqueadas, São Jerônimo. Media 27,35 metros de comprimento, 4,15 de boca e 1,40 de proa. A máquina tinha a potência de 24 cavalos. O vapor transportava cerca de 500 sacos de farinha de mandioca, 150 sacos de amendoim. Trazia as 'chatas' Capivara e Alphe, ambas carregadas com 1.000 fardos de alfafa em prensada. Os donos foram obrigados a indenizar as vítimas. Quase faliram."

2 comentários:

  1. Conforme contava minha avó, o vapor Horizonte explodiu porque os responsáveis jogavam cartas e esqueceram que colocar água. O vapor Caxias era comandado pelo meu Bisavô, Francisco Raupp que era Casado com Guilhermina Hoffman Raupp, em Segundo matrimônio, onde tiveram 7 filhos, Afonso, Guilhermina, Diva (minha avó), Nair, Edith Talyta, Omar e Ondina. Moravam numa casa no Matiel e mudaram-se definitivamente para Porto Alegre em 1926. No primeiro matrimônio foi casado com Cecilia Fernandes Maneque onde tiveram os filhos João, Maria Otacilia, Hermínia, Alberto, Alzira e Appolonia. Se quiseres fotos eu tenho. marciacberro@gmail.com

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  2. Correção Carlos Kaiser e Pedro Emílio Erig

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