Foto: Museu Histórico Vale do Cahy
A maior parte da produção do Vale do Caí e da região serrana era escoada pelo porto caienseCom a conclusão das obras da Barragem Rio Branco, em 1906, o movimento no porto de São Sebastião do Caí (e na cidade toda) tornou-se intenso.
Alceu Masson descreve assim este momento no qual o Caí figurava como uma das mais importantes cidades do estado.
"... o movimento comercial da cidade tomou extraordinário incremento.
Entravam na sede e saíam, centenas de carretas por dia. Já então eram carretas puxadas a mulas, e bem maiores que a primeira, que viera de Caxias arrastada por três juntas de bois ferrados, e fleumaticamente conduzida pelo inaugurador do primitivo sistema rodoviário deste município.
Detinham-se as carretas em extensa fila nas proximidades do porto, ocupando às vezes mais de uma quadra da rua onde estavam localizados os armazéns. Toda vez que a carreta da frente se descarregava, movia-se a longa série de veículos, e parava em seguida, para que se descarregasse a carreta imediata. E assim continuava o serviço metódico de descarga até o anoitecer.
São Sebastião do Caí tornou-se então uma localidade cheia de vida.
Quatro vapores movidos a roda, rebocando lanchas e lanchões, faziam regularmente o transporte de carga e passageiros para a capital do estado, e de Porto Alegre para a sede do município, tocando nos outros portos que ficavam pelo caminho."
O cais do porto de São Sebastião do Caí foi construído em 1888 e aumentado mais tarde, durante a gestão do prefeito Alberto Barbosa (de 1920 a 1924). A progressiva melhoria nas condições das estradas que ligavam o Caí a Caxias do Sul, Feliz, Nova Petrópolis e Hortêncio também contribuiram muito para o desenvolvimento do comércio no Caí. A produção de toda esta vasta região era canalizada para o porto, assim como a de localidades como Harmonia e Tupandi.
Foi muito importante, também, a construção da ponte metálica sobre o rio Caí, junto à atual cidade de Feliz, que ocorreu em 1900.
Alceu Masson informa que "A construção da ponte foi iniciada em 1899. Encarregaram-se da obra os concessionários Agnelo Correia, João Correia e a firma Correia & Cia. que, para o financiamento da contrução, organizaram uma sociedade por ações.
Cobrou-se pedágio até o ano de 1925. As carretas grandes pagavam 2 mil réis, os passageiros a cavalo 400 réis, os pedrestes 100 réis.
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