quinta-feira, 22 de julho de 2010

858 - Reviravolta política

Dary Laux: o homem que não quis ser prefeito

No Caí, a redemocratização teve um desdobramento inesperado. Com o prestígio que adquiriu depois da abertura política, os partidários da antiga ARENA (partido de apoio ao governo militar) estavam com seu prestígio em baixa. E os do PMDB, pelo contrário, estavam em alta. Para as eleições municipais de 1988 tudo levava a crer que o PMDB conseguiria a vitória também no Caí. Mas os dois principais nomes do partido não puderam concorrer.
O ex-prefeito Heitor Selbach ficou com a sua eleição inviabilizada porque a maioria dos seus eleitores eram do distrito de Bom Princípío, que havia se emancipado em 1982. Sua eleição no Caí era impensável, até porque Selbach continuava residindo naquele ex-distrito caiense. E Dary Laux, que havia sido o vice-prefeito nos dois governos de Heitor Selbach, não quis concorrer.
O próprio Dary Laux, juntamente com Alzir Bach, articulou uma manobra política que resultou na transferência de Egon Schneck e de Gerson Veit para o PMDB. Os dois eram do PDS (novo nome dado à ARENA depois de 1980). Com isto, Egon Schneck foi escolhido para ser candidato a prefeito, pelo PMDB.
Esse fato escandalizou alguns peemedebistas históricos, inclusive Bernardo Padeiro. Pareceu a eles que, no momento em que o PMDB tinha tudo para assumir o poder municipal, essa manobra resultou na entrega da prefeitura aos tradicionais adversários.
De fato, Schneck (de 1989 a 1992), Gerson (de 1993 a 1996) e novamente Schneck (de 1997 a 2000) governaram o Caí por 16 anos. E depois deles Léo Klein (também oriundo da antiga ARENA) governou o Caí por mais oito. Encarando dessa forma, dá para considerar que durante o período da ditadura o MDB chegou a governar o Caí por oito anos, mas depois da redemocratização o partido ficou longo tempo longe do poder. Somente em 2009, com Darci Lauermann, um peemedebista de origem chegaria a governar o município.
Além de peemedebistas como Bernardo, também alguns políticos do PDS (ex-ARENA) não ficaram satisfeitos com a ida de Schneck e Gerson para o PMDB. Para estes, os dois líderes partidários haviam renegado suas origens e se “bandeado” para o lado do adversário.
A maioria dos eleitores caienses, no entanto, aceitou bem esta reviravolta política, pois tanto Schneck como Gerson eram vistos como administradores competentes e capacitados para fazerem boas administrações para o município.

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