859 - Greve dos professores

A Escola Josefina Jacques Noronha ganhou novo prédio e o antigo, na avenida Osvaldo Aranha, ficou desativado durante anos até que, em 2009, foi reformado e utilizado para a implantação de uma nova escola de educação infantil

Com a redemocratização do país, ocorrida no final dos anos 80, houve um fortalecimento dos ideais de esquerda, já que muitos dos que lutaram contra a ditadura militar eram esquerdistas. Brizola voltou do exílio (em 1979), fundou o PDT e elegeu-se governador do Rio de Janeiro (em 1982). O metalúrgico Lula fundou o PT (em 1980). E em 1985 terminou o regime militar com a eleição de Tancredo Neves (do MDB) para presidente.

A redemocratização, embora positiva, gerou alguma turbulência na economia e descontrole político.

Como os esquerdistas foram mais participantes no combate à ditadura, ficaram prestigiados na fase de redemocratização. O PT conquistou vitórias eleitorais que lhe deram, entre outras conquistas, a prefeitura de Porto Alegre em 1988. As teses da esquerda (inclusive a do direito à greve) estavam fortalecidas no país como instrumento de luta das classes trabalhadoras. Isto levou os professores da rede de ensino estadual a realizarem greves que se repetiram e prolongaram, causando grande incômodo e preocupação para os pais.

Numa destas greves chegou a haver uma ameaça de interrupção nas aulas da Escola Estadual Josefina Jacques Noronha, a escola estadual do bairro Vila Rica. O fato aconteceu depois da eleição de Pedro Simon para governador do estado, em 1987.

Poucos professores dessa escola, do bairro Vila Rica, estavam dispostos a aderir à greve. Mas eles temiam a estridente manifestação dos professores grevistas. Bernardo, que tinha filhos na escola, foi falar com a diretora e esta lhe disse que as aulas continuariam se os pais dessem garantia aos professores. Ele, então, foi negociar com o comitê de greve (que tinha a professora Mariza Selbach como expoente). E assim, com diálogo e habilidade, conseguiu que as aulas continuassem normalmente.