de todas as classes sociais
Uma personalidade notável da vida caiense na segunda metade do século XX foi Osni de Lima. Este ainda vivo e ativo nos dias de hoje. Apelidado de Vanusa, ele se destacou por ter sido o primeiro homossexual assumido da cidade. Antes dele, parecia até que não havia homossexuais no Caí. Eles existiam, é claro, mas reprimiam a sua inclinação sexual devido ao enorme preconceito que havia contra o homossexualismo na época. Para muitas pessoas, espancar ou mesmo matar uma pessoa que externasse tal preferência era visto como um procedimento adequado. Pode se imaginar o sofrimento silencioso dos homossexuais da época diante da discriminação reinante. Alguns casos de suicídio ocorridos naquela época foram, certamente, causados pelo sofrimento de homossexuais reprimidos, em virtude da discriminação sofrida por eles.
Pelos anos 70, época em que o rádio e a televisão já levavam às localidades interioranas informações novas, vindas de centros maiores, surgiu no Caí o fenômeno Vanusa. Mesmo sendo homem, ele vestia roupas de cores vivas, alegres e delicadas, como o rosa, que antes só eram admissíveis no vestiário feminino. O nome Vanusa veio de uma cantora de grande sucesso na época, tornada popular devido à disseminação do rádio e da TV.
O Vanusa caiense passou a atuar na boate Copacabana (situada na RS-122, próxima ao atual Posto Ipiranga e ao centro da cidade) e, mais tarde, nas do Morro do Rio Branco. Tornou-se uma celebridade em toda a região e ganhou muito dinheiro com isso. Na sociedade ele tinha um comportamento correto e, no seu aniversário, promovia festas às quais compareciam dezenas de pessoas, inclusive figuras destacadas da sociedade caiense. Com o dinheiro que ganhava, Vanusa ajudava muitas pessoas e, com isto, conquistava respeito e simpatia. Mesmo assim, causava, também, muita indignação, repulsa e discriminação.
Depois do surgimento de Vanusa e da sua relativa aceitação, outros homossexuais caienses tiveram mais condição de exteriorizar sua natureza íntima. Alguns casos mais notórios foram os dos cabeleireiros Jamil e Renato e o de Adejair Silva, que foi colunista do jornal Fato Novo e, numa das edições da sua coluna, declarou a sua condição de homossexual e fez um manifesto defendendo a dignidade das pessoas com tal inclinação e o seu direito de exercê-la livremente.
Osnir de Lima, o Vanusa, ajudou a mudar a mentalidade caiense quanto a este aspecto.
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ResponderExcluirÉ isso ae meu tio fez história em São Sebastião do Caí, tenho muito orgunho dele, espero que sempre continue sendo esta pessoa adorável e amavel que é; parabéns!! tio ni ;DDD
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