"Depois das décadas de luta pela sobrevivência, em que os pioneiros enfrentaram feras e bugres, um dos piores períodos para os moradores das localidades de Morro Reuter foi a Era Vargas, junto com os efeitos da II Guerra Mundial nas colônias alemãs. Antes de Hitler iniciar na Europa as invasões nazistas, Getúlio Vargas lançou a Campanha de Nacionalização do Ensino, que atingiu principalmente as escolas rurais em que o único idioma era o herdado dos imigrantes contra os descendentes de alemães quando o Brasil entrou na guerra para combater a Alemanha.
Os professores paroquiais, tanto os católicos quanto os luteranos, trabalharam nas colônias alemães até metade da década de 1940. Getúlio Vargas decretou o fim das pequenas escolas rurais mantidas pelas comunidades religiosas com a Nacionalização do Ensino e uma sucessão de decretos. A partir de maio de 1938, ordenou que todo o material usado na escola elementar fosse em Português, todos os professores e diretores da escola fossem brasileiros natos, que nenhum livro de texto, revista ou jornal circulasse em língua estrangeira nos distritos rurais e que o currículo escolar deveria ter instrução adequada em História e Geografia do Brasil. E proibiu o ensino de língua estrangeira a menores de 14 anos.
Em 25 de agosto de 1939, o Decreto nº 1006 instruiu os secretários estaduais de Educação a construírem e manterem escolas em áreas de colonização estrangeira, estimularem o patriotismo, fiscalizarem o ensino de línguas e proibirem que se fizesse o uso de idioma estrangeiro em assembléias e reuniões públicas. Em 3 de setembro de 1941, o Decreto nº 3.580 proibiu a importação e a impressão em território nacional de livros de língua estrangeira para o ensino elementar. Conforme Lúcio Kreutz, professor da Pós-Graduação em Educação da Unisinos, autor do livro O Professor Paroquial – Magistério e Imigração Alemã (1991), a Campanha de Nacionalização do Ensino foi iniciada com medidas preventivas: “A partir de 1938, passou para uma ação mais ostensiva e repressiva, especialmente nos núcleos em que houvesse alguma resistência. A nacionalização também se entendeu às sociedades culturais. Houve casos em que a animosidade tomou vulto, a resistência de algumas comunidades rurais se radicalizou do mesmo modo como a ação policial invadindo lares, arrancando inscrições já existentes havia 50 ou mais anos em tumultos”.
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