domingo, 29 de agosto de 2010

973 - Nas guerras dos farrapos e dos muckers

Os colonos alemães tiveram de enfrentar índios, farrapos, mucker e federalistas

Para os inimigos dos farrapos, como Mathias e Hillebrand, os rebeldes que ousaram proclamar a República Rio-Grandense era a ameaça de invasões, saques, confisco de bens assassinatos. Por isso, na subida da serra, qualquer bando de bandidos que aparecesse logo era associado aos farroupilhas. Esse foi o caso do famigerado Menino Diabo, que mais uma vez colocou Mathias Mombach como personagem da história de Morro Reuter.

Entre 1836 e 1837, no segundo ano de conflitos e escaramuças entre farrapos e imperiais, surgiram na região as histórias das atrocidades do bandoleiro Antônio Joaquim da Silva, de origem portuguesa. Apelidado de Menino Diabo por causa da baixa estatura, liderou roubos e assassinatos em Estância Velha, Ivoti, Dois Irmãos, Morro Reuter, Picada Café e Lomba Grande. No livro Cem Anos de Germanidade no Rio Grande no Rio Grande do Sul – 1824-1924, o Padre jesuíta Theodor Amstad descreve bárbaros crimes cometidos pelos “sanguinários bandidos farrapos”. Nos depoimentos colhidos para o episódio O Menino Diabo da série Histórias Extraordinárias, veiculado pela RBS TV em setembro de 2003, o diretor e roteirista João Guilherme Barone obteve informações de que Antônio Joaquim chegou a liderar um bando com cerca de 200 bandidos e que teria deixado um tesouro nunca encontrado.

Farrapo ou assaltante, o certo é que o Menino Diabo foi ferido e preso por Mathias Mombach e alguns colonos, que toparam com o bando na estrada de Dois Irmãos. A idéia de Mathias era entregar o bandido para julgamento. Mas parentes e vizinhos de vítimas lincharam o Menino Diabo. Existem duas versões. Numa delas, o bandoleiro teria sido obrigado a cavar a própria cova antes de ser morto. Na outra, do padre Theodor Amstad, o criminoso foi retirado à força da casa onde estava preso sob a guarda de Mathias: “Passaram um laço no pescoço do Menino Diabo e o arrastaram da cama, cruzaram a estrada, lançando-lhe no rosto suas barbaridades e terminaram por infligir-lhe morte pavorosa. Foi este o fim desse monstro em figura humana”.

Depois da guerra, Mathias Mombach, voltou para o Walachai, já como uma figura lendária, tem uma trajetória melhor documentada que a do pioneiro Reuter, de quem quase nada se sabe, embora seja dele o nome do município.

Entre 1873 e 1874, quando já havia as capelas católicas e luteranas e as primeiras escolas em Morro Reuter, ocorreu o apogeu e o fim dos Muckers (Santarrões), seita que Jacobina Maurer criou mo Morro do Ferrabrás, em Sapiranga. Os Muckers foram massacrados no dia 19 de julho de 1874 pelos soldados do coronel Genuíno Olímpio de Sampaio, vindos de Porto Alegre para acabar coma rebelião dos crentes, que, perseguidos pela polícia e pelos colonos cristãos, reagiram com violência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário