O município de Morro Reuter situa-se no vale do arroio Cadeia e, como esse arroio é afluente do Caí, o município faz parte do Vale do Caí. Além disso, a história de Morro Reuter tem grande similaridade com a dos municípios dessa região. Por isso vale muito a pena conhecer o trabalho sobre a história de Morro Reuter que se encontra publicado no site da prefeitura desse município ( http://www.pmreuter.com.br/site/ ).
Nesta e nas próximas nove postagens reproduzimos boa parte desse trabalho que, segundo informações colhidas junto à prefeitura, foi baseado fundamentalmente no livro História de Morro Reuter escrito pelo professor Afonso Sebastiani:
"Maltratados pelo governo imperial, os imigrantes estavam condenados ao isolamento. O caráter germânico de ajuda mútua, a religiosidade e o idioma foram os principais elementos de união, resistência e sobrevivência. Como Justino Vier descreve em seu livro, qualquer contato com o mundo exterior limitava-se a cartas ou pacotes carregados em lombo de burro: “Assim os imigrantes ficavam longe dos habitantes mais antigos da Província, e politicamente separados de um governo sem ação, incapaz de garantir escolas, comunicações e outras necessidades básicas da população. Sabe-se que os colonos, sem apoio e ajuda das autoridades locais, mas com muito ânimo, seguiram as receitas e conhecimentos aprendidos em sua terra natal. O isolamento destas novas povoações almas preservou seu idioma e desenvolveu meios de ensiná-lo às novas gerações nascidas neste Novo Mundo”.
O primeiro momento histórico testemunhado pelos imigrantes alemães no Continente de São Pedro foi a Guerra dos Farrapos, entre 1835 e 1845. Se Porto Alegre tinha na época cerca de 15 mil habitantes, em Morro Reuter a população era formada por no máximo uma dúzia de famílias, isoladas em algumas das localidades do que viria a ser o atual município. Mas há registros da participação no episódio farroupilha de um representante da incipiente colônia que se formava: Mathias Mombach, considerado o primeiro morador do Walachai.
Quando os farrapos atacaram Porto Alegre, no dia 20 de setembro de 1835, estava em São Leopoldo um de seus maiores inimigos, defensor da causa caramuru e da manutenção da monarquia no Brasil. Era João Daniel Hillbrand, diretor da colônia, que no mesmo dia 20 lançou uma conclamação de apoio aos imperiais e começou a preparar a Companhia de Caçadores Voluntários Alemães para lutar contra os rebeldes. Em 18 de dezembro de 1838, para anular a influência de Hillebrand no Vale do Sinos, o governo farroupilha criou o Esquadrão de Cavalaria de voluntários Republicanos dos Colonos de São Leopoldo. Hillebrand permaneceu fiel ao Império até o fim da guerra, primeiro como Comandante-Geral de Polícia em São Leopoldo, depois como Comandante-Geral de Polícia em Porto Alegre, nomeado em 1842 pelo próprio Barão de Caxias. Defendeu a colônia sob influência e forneceu voluntários da Companhia de Caçadores para tropas ilegais."
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