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Marilene atuou como voluntária, em homenagem ao seu pai Jobe Flores |
Desde o início de janeiro, ele vem sendo divulgado intensamente nas emissoras da RBS, inclusive nos horários mais nobres. As emissoras têm veiculado o comercial gratuitamente, como colaboração na campanha promovida pela ONG Brasil Sem Grades.
O que aparece na tela são pessoas com ar sofrido, porque são filhos, pais ou esposas de pessoas que foram assassinadas. E estas pessoas estão atrás das grades.
A mensagem é a de que, enquanto os criminosos estão livres, os parentes das suas vítimas estão presas a uma dor sem fim.
O texto, pronunciada por um narrador, sentencia:
“A violência está cada vez mais perto e a Justiça, onde está?”.
E convida: “Junte-se a nós.”
Nós, no caso, são os membros da ONG Brasil sem Grades, que foi criada há pouco menos de dez anos pelo empresário caiense Luis Fernando Oderich e ilustra bem a situação que ocorre em grande parte do país. Aumenta o número de homicídios e as pessoas se sentem cada vez mais amedrontadas, fechando-se em suas casas, atrás de muros e grades para proteger-se dos criminosos que estão livres nas ruas.
A campanha do Brasil sem Grades, que hoje se espalha pelo Brasil, começou a nascer no dia 17 de agosto de 2002, quando o jovem caiense Max Oderich foi morto, vítima de um assalto em Porto Alegre. A morte do seu filho único causou profundo abalo nos pais, Luis Fernando e Mabel Paiva Oderich. E Luis Fernando assumiu, perante ele mesmo, o compromisso de lutar para que filhos de outros pais não continuem morrendo.
Um objetivo extremamente difícil de ser atingido e, aparentemente, grande demais para uma pessoa empreender. Mas Luis Fernando não pensa assim.
No dia 7 de Setembro, menos de um mês após a morte de Max, o jornal Zero Hora publicou artigo escrito por Luis Fernando. O título era “Em nome da Mãe e em nome do Pai”. Nele já aparecia a expressão “Brasil sem grades” e eram expostas as idéias básicas daquilo que, até hoje, é defendido pela ONG.
Luis e a ONG que ele preside defendem o planejamento familiar, a presença do pai no suporte e educação ao filho e uma legislação mais severa e eficiente para punir e afastar da sociedade os elementos que a ameaçam.
JOBE FLORES
No filme sempre repetido na TV, a primeira pessoa que aparece é Marilene Flores e não se trata de uma atriz.
Marilene Flores é filha de Jobe Flores, que foi assassinado no ano de 1993. Jobe foi um comerciante caiense, que começou sua vida com um armazém na localidade de Lajeadinho. Depois ele foi sócio do Posto Atlantic (atual Posto Capellaro, com a bandeira Ipiranga) e teve, por fim, o Bar da Rodoviária. Principal ponto de encontro da cidade nos anos 80. Aos 66 anos, já aposentado, ele foi assassinado dentro da sua própria casa e diante da esposa. Os criminosos foram dois rapazes, sendo que um deles era vizinho, tido como amigo da família. O outro era um ex-presidiário, autor de quatro homicídios, que encontrava-se em liberdade por bom comportamento.
Assim como as demais pessoas que aparecem no comercial da campanha atuaram voluntariamente, procurando colaborar para a propagação da campanha do Brasil sem Grades.
A fizionomia tristonha, representando uma pessoa profundamente abalada pela perda sofrida, não corresponde à imagem de Marilene no seu dia a dia. Ela é uma pessoa saudável e lutadora, professora de educação física e instrutora numa academia de ginástica do Caí, onde ela mora.
Mesmo as pessoas que a conhecem não a identificam imediatamente, quando vêm o comercial na TV. O que facilita a identificação é o nome de Jobe Flores, que é pronunciado na locução.
Marilene sente-se feliz por estar contribuindo para a divulgação da campanha e não esconde a sua admiração pela disposição de Luis Fernando Oderich em lutar contra o problema da criminalidade, que é tão grande e, aparentemente insolúvel.
Assista ao vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=PdI4SmtFHiQ
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