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A velha agricultora mudou-se para Montenegro há 50 anos |
"Sabe que dia é hoje mãe? É domingo, 22 de janeiro", disse Eronita de Oliveira. "Então eu estou de aniversário", respondeu a mãe Doralina Borba, esboçando um sorriso. Mas ela não soube responder quantos anos estava comemorando. Pudera, são muitos. Mas a carteira de identidade comprova: são 118 anos.
Não teve festa. Eronita, de 72 anos, diz que a mãe está muito fraquinha e a agitação lhe deixa nervosa. Poucos foram os familiares e amigos que visitaram Doralina no dia do seu aniversário. Ela não faz questão de receber muita gente. "Não estou bem. Tenho tontura, dor de cabeça e dor de barriga. A casa arrodeia", se queixa, ao ver o sol pela janela. "É boa tarde ou boa noite?", pergunta.
Doralina é considerada uma das mulheres mais velhas do mundo.
Natural da localidade de Beija-Flor, no interior de Estrela, mora há mais de cinquenta anos em Montenegro. Teve oito filhos e muitos outros de criação, além de 17 netos, mais de trinta bisnetos e quinze tataranetos. Vó Dora, como também é chamada, fica praticamente todo o tempo na cama. "Ela não sai com medo de cair", justifica Eronita. Come pouco, praticamente só papinha. E também fala pouco, devido a dificuldade de ouvir. As vezes apresenta alguns momentos de lucidez, lembrando do passado, de como gostava de bailes, das músicas do Teixeirinha, e esboça um sorriso. Recorda de quando trabalhava na roça, da plantação na lavoura e cuidava dos animais, como porcos e galinhas.
Três anos atrás, quando completou 115 anos, Doralina virou notícia nacional e até internacional. Vários jornalistas estiveram em sua casa, no bairro Industrial, registrando o aniversário de uma das mulheres mais velhas do mundo. O consulado do Grêmio também enviou representantes e destacou ela como sendo a gremista mais idosa.
Doralina recebeu muitos presentes, como camiseta do tricolor e muitas homenagens.
Agora Eronita prefere não receber muita gente para a Vó Dora não ficar agitada. Representantes do Guiness Book - o livro dos recordes, chegaram a fazer contato, pois Doralina consta na Wikipedia (enciclopédia da internet) como uma das mais velhas do mundo.
Jornalistas também tentaram realizar novas matérias. Mas Eronita, preocupada com a saúde da mãe, preferiu evitar divulgações. Só recebeu a reportagem do Fato Novo depois de muita insistência e porque faz muitos anos que o jornal registra os aniversários da vovó centenária.
Enchentes
Por sorte Doralina está numa nova casa, bem mais alta. Por isso não precisou deixar a residência nas quatro enchentes do ano passado.
A fórmula da longevidade, como já revelou anteriormente a própria Doralina, são os hábitos saudáveis e não exagerar na alimentação.
Como trabalhava na agricultura e o Fato Novo chegou a registrar a vovó centenária capinando em seu pátio, Vó Dora sempre se alimentou de comida saudável, como feijão, batata refogada e massinha. Evitava carne vermelha (gado), comendo apenas frango e porco. E toma suco. Também evitava frituras e produtos com conservantes e agrotóxico. Nunca bebeu ou fumou. Hoje come como uma criança, com papinha, frutinha, aveia e iogurte. Recebe o amor e o carinho da filha Eronita. E as duas rezam diariamente antes de dormir. A bíblia está ao lado da cama, também cercada de orações e mensagens de agradecimento a Deus.
Texto de Guilherme Schaurich Baptista, para o jornal Fato Novo (edição de 1 de fevereiro de 2012
Quando Dona Doralina Borba completou 115 anos, em 2009, o jornal Fato Novo publicou a seguinte matéria, também escrita por Guilherme Schaurich Baptista.
Todo ano o Fato Novo registra o aniversário de uma montenegrina ilustre, que está entre as mulheres mais velhas do mundo. E amanhã, quinta-feira, dia 22 de janeiro, Doralina Borba, moradora da rua Assis Brasil do bairro Industrial, estará comemorando 115 anos de vida.
Com esta idade, dona Doralina pode ser considerada a mulher mais velha do mundo. Duas mulheres, que tinham 115 anos, faleceram recentemente - uma norte-americana em novembro e uma portuguesa no último dia 2 de janeiro. De acordo com o Grupo de Pesquisas Geriátricas, com sede nos Estados Unidos, a mulher mais velha do mundo seria agora uma americana nascida em 6 de abril de 1894.
Doralina nasceu no mesmo ano, mas três meses antes. É esta data que consta em sua carteira de identidade e na certidão de nascimento registrada em 1974 em Montenegro. Conforme o cartório, foi feito um registro declaratório para a emissão da certidão de nascimento.
Trata-se de um registro efetuado fora de prazo, quando a pessoa não tem certidão de nascimento e que é feito com base em declarações e testemunhas. Mas é uma petição concedida pela Justiça, após serem cumpridas todas as exigências legais.
No ano passado a reportagem acompanhou a festa dos 114 anos de dona Doralina, também transmitida ao vivo pela Rádio América. A vovó centenária recebeu filhas, netos, bisnetos e tataranetos. "Ela está muito fraquinha", diz a filha Eronita de Oliveira, de 69 anos. "Ela come muito pouco. Gosta de iogurte, salada de fruta, batatinha e sopinha.
As vezes conversa um pouco, mas praticamente fica só na cama", completa. No último aniversário, revelou que gostaria de receber de presente uma camiseta do Grêmio, seu clube do coração. E foi um sobrinho colorado, vestido com a camisa do Inter, que levou de presente a camiseta do tricolor.
Eronita diz que pretende novamente fazer uma festinha nesta quinta-feira, já que se trata de uma data histórica. E Vó Dora inclusive já virou notícia estadual. O jornal Zero Hora da última sexta-feira destacou a "vovó supercentenária". E ressaltou a fórmula da longevidade de dona Doralina: hábitos saudáveis, trabalho na roça e o fato de nunca ter bebido ou fumado. Simpática, ela ainda dá algumas gargalhadas, principalmente ao ser questionada sobre os bailes que ia no interior. Conta que adorava dançar e os rapazes chegavam a brigar para lhe tirar. Ela teve oito filhos legítimos e criou mais cinco, além de mais de vinte netos, bisnetos, tataranetos, sobrinhos e demais familiares. Com esta idade, dona Doralina pode ser considerada a mulher mais velha do mundo. Duas mulheres, que tinham 115 anos, faleceram recentemente - uma norte-americana em novembro e uma portuguesa no último dia 2 de janeiro. De acordo com o Grupo de Pesquisas Geriátricas, com sede nos Estados Unidos, a mulher mais velha do mundo seria agora uma americana nascida em 6 de abril de 1894.
Doralina nasceu no mesmo ano, mas três meses antes. É esta data que consta em sua carteira de identidade e na certidão de nascimento registrada em 1974 em Montenegro. Conforme o cartório, foi feito um registro declaratório para a emissão da certidão de nascimento.
Trata-se de um registro efetuado fora de prazo, quando a pessoa não tem certidão de nascimento e que é feito com base em declarações e testemunhas. Mas é uma petição concedida pela Justiça, após serem cumpridas todas as exigências legais.
No ano passado a reportagem acompanhou a festa dos 114 anos de dona Doralina, também transmitida ao vivo pela Rádio América. A vovó centenária recebeu filhas, netos, bisnetos e tataranetos. "Ela está muito fraquinha", diz a filha Eronita de Oliveira, de 69 anos. "Ela come muito pouco. Gosta de iogurte, salada de fruta, batatinha e sopinha.
As vezes conversa um pouco, mas praticamente fica só na cama", completa. No último aniversário, revelou que gostaria de receber de presente uma camiseta do Grêmio, seu clube do coração. E foi um sobrinho colorado, vestido com a camisa do Inter, que levou de presente a camiseta do tricolor.
A expectativa é de que dona Doralina Borba ainda viva por vários anos, para que sua longevidade seja registrada no Guiness Book - o livro dos recordes, e que assim Montenegro seja conhecida internacionalmente como a cidade da mulher mais velha do mundo.
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