segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

1319 - Cem anos do Volksverein


O Hospital Sagrada Família foi uma das grandes criações da Sociedade União Popul
Histórico e ideário da Sociedade União Popular
100 anos (1912 - 2012)

No dia 12 de abril de 1912, em grande concentração popular pelo “Katholikentag” realizado em Venâncio Aires, RS,  fundou-se a Sociedade União Popular do Rio Grande do Sul, o popular “Volksverein”. Seu idealizador e maior propugnador foi, sem dúvida, o jesuíta suíço radicado no Brasil desde 1885, Padre Theodor Amstad.
O seu principal objetivo era congregar os descendentes de imigrantes alemães, incentivando-os para uma vida comunitária intensa e ativa sob os parâmetros da solidariedade cristã, que conduzisse a um desenvolvimento equilibrado e sadio das suas comunidades nos aspectos religioso, social, político e econômico.

Na época, as regiões coloniais mais antigas já apresentavam excedentes populacionais, constituindo uma geração de jovens agricultores sem terra. Estes jovens eram atraídos para as cidades em expansão sem estarem preparados para adaptar-se ao meio urbano; e, sem perspectivas, entravam em perigo de proletarizar-se e perder os rumos social, religioso e ético de suas vidas.

A solução óbvia e imediata do problema era a abertura de novas fronteiras agrícolas no Brasil, para o que sobravam terras férteis e devolutas, mas faltavam iniciativas e recursos governamentais. Então as Igrejas, conscientes da sua responsabilidade pelos membros de suas comunidades rurais, assumiram a tarefa de realizar uma verdadeira “Reforma Agrária”. Uma primeira tentativa conjunta, num arroubo ecumênico para o qual o tempo ainda não estava maduro, levou à fundação do Bauernverein (Assosciação de Agricultores). Esta tentativa não conseguiu empolgar as comunidades devido aos preconceitos então dominantes. Mas as Igrejas não desistiram do intento, e partiram para a ação independente.

Foi assim que nasceu o “Volksverein”, que logo partiu para a mobilização das comunidades e a concretização de metas voltadas para a valorização de seus membros. As mais relevantes de suas realizações foram a instalação de grandes colonizações: Serro Azul, Santo Cristo, e, já fora dos limites do Rio Grande do Sul, Porto Novo. Milhares de jovens agricultores foram assentados ali com suas famílias. Nada recebiam gratuitamente, mas adquiriam seus lotes em condições amplamente favoráveis e eram assistidos em suas necessidades sociais, culturais e espirituais. Entretanto, outras medidas foram aos poucos sendo tomadas: de assistência médica através do Hospital Sagrada Família, em São Sebastião do Caí; de atendimento a idosos através de um lar adequado; de atendimento a crianças através da formação de professores no Seminário Católico de Professores em Novo Hamburgo. Ressalte-se aqui: os professores formados eram capacitados e estimulados a agir nas comunidades rurais isoladas, não só como educadores nas escolas, mas como agentes culturais na direção de corais e organização de eventos, e econômicos na orientação às cooperativas que se constituíam (especialmente as “caixas rurais” do sistema Raiffeisen, de tão grande importância para o desenvolvimento rural). Eram ainda líderes religiosos oficiando cultos dominicais naquelas comunidades que só com grandes intervalos de tempo recebiam a visita de padres para a celebração da missa.

Esta amplitude e profundidade da ação do “Volksverein” se tornou possível devido à adequação de sua ação aos objetivos e necessidades da época, à sua intensa divulgação na sociedade teuto-brasileira, e à mobilização solidária de todas as categorias sociais da mesma. Porque era consenso, então, que o cerne do elemento teuto-brasileiro estava na colônia e o colono era o seu representante mais autêntico. O apoio a esta classe, portanto, constituía um apelo a todos os descendentes dos imigrantes e mesmo de simpatizantes em outras denominações eclesiásticas e etnias. As módicas contribuições dos membros se multiplicavam e instrumentalizavam a concretização dos objetivos comuns. Assim, o lema latino do “Volksverein”: OMNIBUS OMNIA – Tudo para Todos – se entranhou naturalmente nas consciências individuais e constituiu uma mentalidade solidária que se tornou (e transformou a entidade) num fator preponderante no desenvolvimento da “colônia”, do Rio Grande do Sul e de todo o Sul do Brasil.

Sabe-se hoje que este desenvolvimento sofreu uma ruptura violenta pela




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