quarta-feira, 7 de março de 2012

1333 - Depois de perder o filho, Luiz Fernando Oderich perde também a esposa




Mabel e o o marido Luiz Fernando abraçam o filho Max na sua formatura


Lembranças
Maria Isabel Paiva Oderich, mais conhecida como Mabel, foi uma mulher brilhante. No ano de 1967 ela foi escolhida   a Rainha do Atlântico Sul, um concurso promovido pela maior empresa de comunicações da época: a Caldas Júnior, que era proprietária da Rádio Guaíba e dos jornais Correio do Povo, Folha da Tarde e Folha da Manhã.
Depois disso, ela casou com o jovem empresário Luis Fernando Oderich. Ambos eram porto-alegrenses, mas em 1977 o casal mudou-se para o Caí, pois Luiz assumiu, junto com o irmão Cristiano, a administração da empresa Indústria e Comércio Oderich (Odin).
Dois anos depois, o casal construiu uma bela casa na cidade e, junto com ela, uma sala comercial. Ali, Mabel abriu uma loja de confecções femininas chamada Bellui Boutique (nome resultante da junção dos nomes Mabel e Luiz), que fez bastante sucesso. A sala foi até ampliada. Depois disso, Mabel também abriu uma locadora de vídeo, no mesmo local e até abriu uma secunda locadora em sala mais central do Caí.
Luis Fernando fundou a empresa Max Metalúrgica e Mabel o ajudou na administração. O nome da empresa também tinha um significado especial: era o nome do pai de Luiz e, também, do único filho do casal.
A empresa do casal prosperou e o filho fez o curso superior de administração de empresas, pensando em trabalhar junto com os pais. No dia 17 de agosto de 2002, uma semana antes da sua formatura, Max morreu ao ser assaltado numa rua de Porto Alegre. Foi vítima de um assaltante desastrado que nunca chegou a ser identificado e punido.
Para Luis Fernando, e mais ainda para Mabel, foi um choque terrível. Mas a reação do casal foi valente. Eles fundaram a ONG denominada Brasil sem Grandes e passaram a lutar para que a criminalidade no país diminua e que outros pais não venham a sentir a mesma dor que os atingiu tão violentamente.
DOENÇA
Mabel era valente e a dor que sentiu pela perda do filho não a impediu de viver, trabalhar e participar da luta pela diminuição da violência e criminalidade no Brasil.
Ela era também generosa e, há vários anos, promovia no Caí o Natal das Crianças, distribuindo presentes para crianças pobres da cidade.
Mas Mabel tinha problemas de saúde. Sofria de diabetes desde os nove anos de idade.
Ultimamente apresentava sintomas que preocupavam. Luz Fernando calcula que, nos últimos dois anos, ela foi ao médico cerca de 20 vezes. Consultou vários especialistas, mas nunca encontrou a verdadeira razão dos seus problemas.
Por fim, há pouco tempo, foi descoberto que ela tinha câncer já disseminado, atingindo os pulmões, fígado, espinha dorsal e ombro. Foi feito tratamento, mas não havia mais como reverter o quadro.
A origem do câncer foi no pulmão e Mabel fumava (embora não muito intensamente) desde a juventude. Há pouco tempo, aproveitando a campanha realizada pelo programa Fantástico, ela deixou de fumar. Quando soube que tinha câncer no pulmão e que seu caso era muito grave, ela enfrentou a situação com coragem e falou do seu arrependimento por ter fumado.
Ela morreu na noite do último sábado, dia 3 de março, mesmo dia em que ela, 45 anos atrás, sagrou-se Rainha do Atlântico do Sul.
O fato faz com que Luiz reflita o quanto é importante o médico clínico geral, que observe o quadro geral de saúde e investigue as diversas razões que possam estar causando os sintomas apresentados pelo paciente.
Depois de perder o filho e a esposa, Luiz Fernando continua trabalhando pela sua empresa e lutando para resolver o problema da extrema criminalidade que ainda assola o país. E, considerando-se a sua coragem e perseverança, é muito provável que ele consiga.

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