terça-feira, 1 de maio de 2012

1370 - Pinturas na igreja de Bom Princípio retratam aspectos da cultura local



As pinturas na Igreja Matriz proporcionam lições agradáveis sobre a língua e a cultura dos antigos colonizadores
Os professores de língua alemã, que é ensinada nas escolas de ensino fundamental do município, aproveitam as magníficas pinturas da igreja matriz de Bom Princípio para dar aulas mais interessantes.
“Na verdade, resolvemos fazer uma experiência que, pelo visto, está dando certo”, completa Ströher, sobre a empolgação dos estudantes na gincana. “Há uma riqueza muito grande de mensagens sutis nas obras da igreja. Por exemplo, no quadro da Coroação de Nossa Senhora (na parede norte, lateral direita), a pintura tem no canto inferior esquerdo uma paisagem do centro histórico da cidade. E, no canto direito, está retratada a casa onde morava o construtor da cidade.” 
O professor também menciona o quadro de Adão e Eva, no lado oposto: “Acho que é a única pintura, pelo menos no Estado, onde Adão está junto de uma enxada. Ou seja, a realidade dos colonos trazida à cena”. E há ainda as imagens dos evangelistas (Marcos, João, Mateus e Lucas), que teriam tido como modelos pessoas da comunidade na época das pinturas (por volta de 1907). 
Os estudantes aprenderam também sobre uma curiosidade marcante das passagens bíblicas, escritas em alemão gótico. “Na época da Segunda Guerra Mundial, com a proibição do idioma alemão, as escritas foram cobertas. Bem depois da guerra, a tinta começou a descascar e a comunidade restaurou a escrita antiga. Porém, com erros de grafia e falhas nas referências de capítulos e versículos”, explica Verlaine.
E justamente a tradução e verificação desses erros foi a tarefa principal dentro da igreja. No cemitério, as tarefas foram encontrar o túmulo do fundador do município (o imigrante Guilherme Winter), do comerciante Philip Jacob Selbach (que, em 1853, deu o nome a Bom Princípio) e achar sepulturas de pessoas nascidas antes de 1950. 
Os estudantes também tiveram que encontrar sobrenomes alemães e analisar ornamentos de lápides, como anjos, aperto de mãos em relevo e outros. “No caso dos nomes, o objetivo era fazer uma relação histórica com os significados. A maioria dos sobrenomes alemãs vêem de profissões, como Schneider (costureiro), Schuster (sapateiro) e Müller (moleiro, construtor de moinhos)”, comenta a professora.


Texto e fotos de Castor Becker

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