segunda-feira, 11 de junho de 2012

1402 - Laranjas salvadoras

Renato voltava para o Rio Grande, onde era esperado pelo filho Gustavo

O acidente aconteceu na madrugada de sábado para domingo passados. Não se sabe bem a hora. O certo é que o caminhão desceu um barranco e foi cair dentro de um riacho.
A cabine ficou totalmente destruída. A ponto de que Tiago Metz, ao chegar ao local, pensou ser impossível que seu amigo Renato pudesse ter sobrevivido.
No entanto, quando chegou a ele o encontrou perfeitamente consciente e, como depois pode se ver, Renato não sofreu nenhum ferimento grave.
O grande problema foi o fato dele ficar trancado e o socorro haver demorado tanto. Renato teve de esperar ali por quase cinco dias. Ele gritava e batia na lataria na do caminhão, tentando chamar a atenção de alguém, mas não tinha sucesso. O local do acidente é muito desabitado. Ninguém passa por ali. Além disso, o acidente não deixou marcas visíveis na estrada ou na sua margem. Por isso a Polícia Rodoviária, mesmo sabendo do acidente, não viu nenhum indício do local onde ele ocorreu.
Renato não passou fome nesses dias que ficou preso às ferragens do caminhão, pois uma parte da carga de laranjas que ele levava caiu para dentro da cabine, ficando ao alcance das suas mãos. E o suco das laranjas também o ajudou a matar a sede. Foi uma sorte.
Os salvadores de Renato - seu pai e seus chefes - também tiveram muita sorte em perceber o caminhão caído no arroio, no meio do mato e do brejo.
Mais do que sorte, no entanto, eles tiveram um notável espírito de solidariedade, amizade e de iniciativa. Outras pessoas não teriam a coragem, a persistência e a capacidade de fazer o que eles fizeram.
Muita gente se comoveu com o desespero da família de Renato e rezou pela sua sobrevivência. Mas, se Deus ajudou, também há de se louvar o espírito humanitário daqueles que tiveram a ousadia de ir tão longe para estender sua mão salvadora para um amigo.

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