sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

1662 - Marcos e Adela Juchem: 69 anos juntos

Marcos e Adela na comemoração dos 70 anos de casados


Ainda que tenham 92 e 89 anos, Marcos e Adela Juchem ainda parecem jovens em princípio de relação. A saúde, levando em consideração a idade já avançada, é excelente, tanto que Marcos ainda dirige pela região como nos tempos em que fez carteira de motorista. Adela, que é irmã gêmea do ex-prefeito Heitor Selbach, caminha com alguma dificuldade mas, pelos exames médicos feitos, tudo vai muito bem. Assim, como a saúde está em ordem, o casal preferiu adiar a festa de bodas de casamento para o ano que vem, quando completarão 70 anos de casados.
Marcos e Adela Juchem casaram-se em 3 de fevereiro de 1944, em Bom Princípio, sendo esta a união de um agricultor e uma professora. 
Marcos Juchem aceitou o convite feito por familiares da esposa e deixou a casa no Bom Fim, onde eles moravam, e se mudou para Santa Terezinha, trabalhando por um ano em um alambique. Mas a arte de fazer cachaça não o encantava, pois o que ele queria mesmo era andar de caminhão. Há mais de 60 anos, seu Marcos, fez a sua carteira de motorista, em Porto Alegre, e comprou um caminhão, e mais outro, e mais outro, passando a fazer fretes pelo Brasil. Sua esposa, então, começou a se dedicar aos filhos que logo vieram. No total foram 13 – Arno (já falecido), Elisabetha, Francisco, Gertrudes, Jorge, Marcos (que é frei Carmelita), Arnaldo, Anísia, Joana, Amândio, Marcantonio, Meri e Felipe – que foram orientados nos preceitos da fé e aprenderam a conviver com as regras da casa dos Juchem. 
Os anos se passaram, vieram 23 netos e 12 bisnetos. A família cresceu em tamanho e importância, pois a história dos Juchem não estava mais ligada apenas ao patriarca. Marcos Juchem, que iniciou na política a convite do cunhado Heitor Selbach, foi duas vezes o vereador mais votado de São Sebastião do Caí (1968 e 1976), desbancando até o famoso Cantarola. Depois se elegeu também edil em Bom Princípio (1982 e 1988), sempre com altas votações. Seu legado político teve continuidade com o filho Marcantonio, que foi vereador na mesma câmara onde o pai se destacou, sempre erguendo a bandeira do PMDB.
Adela Sílvia Selbach Juchem, que inclusive montava no lombo do cavalo para dar aulas centenas de quilômetros distante de sua casa, venceu os desafios e também viu algumas de suas filhas como Joana e Meri, sendo professoras. Cada filho tem o seu valor para os idosos que, com muito orgulho, falam deles. 

Neste domingo o casal estará completando 69 anos de matrimônio, isso é, as bodas de Mercúrio, e espera chegar às bodas de vinho (70 anos) e, claro, ir além delas. “Ainda estamos bem fortes”, sorriu dona Adela.

Como tudo começou...Dona Adela, ainda uma adolescente, foi convidada por uma prima para passear em um domingo, lá pelos idos de 1942, e quando chegou à localidade de Bom Fim encontrou vários jovens, entre eles Marcos Juchem. “Eu já conhecia ela desde pequena”, sorriu Marcos. “Sim, ele vinha na nossa casa de comércio”, completou a mulher.

Deste encontro surgiu o namoro de cerca de dois anos e o casamento. Quando definiram o dia de casar, por sugestão dos familiares, foi unido o útil ao agradável. Heitor Pedro Selbach, irmão gêmeo de Adela, também planejava se unir em matrimônio com a sua amada Celita. Como naqueles tempos casamentos conjuntos era algo raro e os convidados eram quase os mesmos, não havia porque gastar dinheiro duas vezes. Resultado: Heitor e Celita, Marcos e Adela casaram no mesmo dia. Se tinham nascido na mesma data, Heitor e Adela também poderiam casar no mesmo dia. Assim foi feito em 3 de fevereiro de 1944.

“Isso tudo era bem diferente de hoje. Eu tinha dançado com outros rapazes, mas Marcos foi o meu primeiro namorado”, sorriu ela. 

Quando questionado sobre isso, Marcos desconversou. Minutos depois contou história de bailes que participara quando jovem, mas deixou evidente que o sentimento de amor que tinha sempre foi dedicado à Adela.

Os anos passaram e Santa Terezinhacresceu. A localidade que era colônia virou centro urbano, e muito graças à família Juchem que fez doações de terras para o campo de futebol do São José, para as duas etapas de construção de escola e assim por diante. 

Adela, que deu aulas até no Cafundó (interior de São Pedro da Serra e divisa com Poço das Antas), lembrou das dificuldades dos tempos de menina, porém ressaltou: “a gente sempre queria voltar para casa pois tinha alguém nos esperando”.


Matéria de Alex Steffen publicada pelo jornal Fato Novo em  2 de fevereiro de 2013

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