quarta-feira, 3 de julho de 2013

2256 - Bela Vista - Antigas capelas da paróquia de São José do Hortêncio

O  Passo Selbach, próximo de Bom Princípio, era um dos mais importantes
pontos referenciais da região
Depois de nos delongarmos bastante na ex-filial, hoje vila consagrada (1), o tempo urge para que continuemos nossa caminhada. Vamos subir o Rio Caí rumo à movimentada estrada que demanda a Caxias. 
Mas nem sempre foi assim. Ali onde agora existem casas e mais casas, onde em suas ruas passam carroças e tropas praticamente sem interrupção, há 50 anos atrás havia apenas 3 oásis a se destacar do cipoal da floresta. 
Havia o retiro da Família Santos (2) nas proximidades da atual São Sebastião, a casa de Ledur  (3) na “Tres Mares” e lá em cima, perto de Leopold Wiltgen, o velho Moraes em Escadinhas, que é o nome daquela região mais elevada em virtude do percurso rochoso em forma de escadas do Rio Caí. 
Mas logo a diligente faina do alemão transformaria aquela selva em paraíso, de forma que "Paraíso" foi o primeiro nome dado pelos habitantes ao seu retiro, entre eles Nikolaus e Michael Ledur, Ekart, Ott, Allgayer, Müller, Weber e Knapp, sendo estas duas últimas famílias procedentes das 14 Colônias. 
Do Passo Selbach (4) para cima, as terras da Família Moraes também foram sendo compradas pelos colonos das picadas antigas, entre eles Weber, Junges, Schmitz e Fritzen, de São José, assim como Finger, Stolle, Klein, da Picada Berghaner. 
Já no ano de 1861, deve ter existido um campo de sepultamento nas proximidades da atual Capela de São Luiz (5), pois o primeiro Livro de Falecimentos registra: "Em 5 de janeiro de 1861 faleceu Mathias Bach, com 65 anos de idade, tendo sido sepultado nas proximidades de Mathias Knapp", o que deverá mais ou menos coincidir com o cemitério atual. 
Logo depois, em 1865 ou 1866, foi construída a escola, que também servia como capela, consagrada ao padroeiro dos jovens, São Luiz  e que durante muito tempo representava o centro religioso daquele lado do Caí. 
Essa escola-capela foi dirigida inicialmente por Hilgers e depois por Mathias Krindges ao longo de mais de 30 anos, com os mais abençoados resultados.
No ano de 1882 a comunidade construiu uma linda capela espaçosa em alvenaria. Tal como o Padre Johann havia escolhido as 14 Colônias, o Padre Michel escolheu a Capela de São Luiz como seu lugarzinho favorito e teria falado muitas vezes que ali queria ser sepultado. 
Foi um desejo que espantosamente se cumpriu, pois conforme se sabe, o bom Padre encontrou a morte na correnteza do Rio Caí, não muito longe da Capela de São Luiz, onde agora descansa à sombra do cruzeiro do cemitério. 

1 - São Sebastião do Caí
2- Casa construída por Manuel dos Santos Borges (segundo morador caiense), perto do rio, na altura da cachoeira da Ana Maria, na localidade conhecida como Várzea da Vila Rica
3- Miguel Ledur, no atual bairro Rio Branco
4- Nas imediações de Bom Princípio, um pouco a jusante, no rio Caí
5- Na localidade de Bela Vista, no município de Bom Princípio, à margem esquerda do rio Caí


Texto extraído do Familienfreud Kalender (O Amigo da Família) publicação dos padres jesuítas de São Leopoldo, atribuído ao padre Theodor Amstad
Tradução do alemão disponibilizada por Hari Klein

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