quinta-feira, 4 de julho de 2013

2265 - Nova Tirol - Capelas da antiga paróquia de São José do Hortêncio

A igreja do Tirol ainda existe, em excelente estado, 
na localidade de Linha Temerária
Agora nos aproximamos do fim de nossa ronda pelas filiais. Duas hora acima de São Miguel (1) existe mais um pequeno posto, denominado “Nova Tirol” (2), também uma filha de São José ou melhor, das 14 Colônias, pois para lá se mudou, para o meio da floresta, há 26 ou 27 anos atrás, Nikolaus Feldens, das 14 Colônias. 
Algumas outras famílias católicas se estabeleceram perto dele e denominaram seu pequeno agrupamento de “Neu-Tirol”; isso com toda razão, pois do mesmo modo que Tirol é um estado genuinamente católico, estes moradores da “Nova Tirol” também tiveram em altíssima conta sua religião católica, não obstante serem em pequeno número em meio a seguidores de outras denominações. 
De acordo com os registros das 14 Colônias, Feldens fazia celebrações em sua casa todos os domingos, às quais acorriam os demais moradores. Mais tarde (em 1876) principiaram a vir os Padres, primeiramente de São José e depois de São Sebastião (3), lendo a missa de vez em quando, na casa de Nikolaus Feldens. E assim surgiu a Comunidade de Nova Tirol. Principalmente o alegre padre Blees sempre foi um hóspede bem visto na casa de Feldens. 
A amizade entre o Padre Blees e Nikolaus Feldens também tinha um motivo e uma origem especiais, digna de menção. Quando o Padre Blees chegou à Picada Portuguesa em 1870, o carpinteiro Feldens estava justamente ocupado com a preparação da madeira para o telhado da igreja. 
Seguindo seu costume, logo nos primeiros dias, o Padre Blees já começou a ajudar no trabalho. Achegou-se a Nikolaus Feldens, que naquela época nem o nome do Padre sabia, pediu o machado largo para tentar lavrar as vigas. Quando o Padre levantou o machado acima da cabeça, Feldens observou: “Cuidado para não bater o machado na careca!” Essa observação era apropriada, pois o Padre Blees deixou cair o machado de tanto rir e disse: “Mestre, realmente você tem razão, pois meu sobrenome é Blees”! 
No ano de 1894 os Novos Tiroleses construíram sua própria Capela, consagrada à Mãe de Deus. Atualmente a pequena Comunidade conta com cerca de 30 famílias. Justamente esta pequena comunidade de Nova Tirol demonstra a importância do bom exemplo. O que seria desse punhado de colonos católicos no meio de tantas outras confissões, se os pioneiros fossem católicos molengas!

1- É a comunidade de Picada Cará, no município de Feliz, pois esse santo é o seu padroeiro. Essa localidade fica bem perto da cidade de Feliz, do outro lado do rio. Note-se que Amstad narra como um viajante que anda a cavalo, ou mula. Como na época não existia ponte no Vale Real, o caminho para Nova Tirol era pela ponte de ferro da Feliz, seguindo por Bananal, acompanhando sempre a margem esquerda do rio, até chegar à antiga Nova Tirol. Localidade que não se desenvolveu populacionalmente e que, hoje, é quase desconhecida. Fica próxima a Linha Temerária. Ou será que Temerária é um desenvolvimento da localidade que Amstad conheceu como Nova Tirol?
2- existe, no município de Nova Petrópolis uma antiga estrada de terra que se chama Estrada do Tirol. É um prolongamento da estrada do Bananal. Ela fica próxima a Vale Real, do outro lado do rio, alguns quilômetros rio acima. Ali se encontra a localidade de Linha Temerária e está ainda lá a igreja do Tirol, que é conhecida ainda por esse nome. Temerária pertence ao município de Nova Petrópolis.
3- de São José do Hortêncio e de São Sebastião do Caí

Texto extraído do Familienfreud Kalender (O Amigo da Família) publicação dos padres jesuítas de São Leopoldo, atribuído ao padre Theodor Amstad
Tradução do alemão disponibilizada por Hari Klein

Foto de Rotnei Fiegenbaum divulgada no Google Maps

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