Colonos em viagem para uma colônia nova |
"Havia duas razões principais que explicam o sugimento do fenômeno nada desejável da febre de emigração: o sistema de colonização do governo estadual do Rio Grande do Sul e a especulação dos compradores e vendedores de terras.
Já que a maioria das colônias particulares e das pertencentes a companhias colonizadoras haviam sido ocupadas, restavam aos colonos à procura de terra para assentamentos, as colônias do governo. O sistema de colonização dos atuais governos positivistas consiste em abrir colônias mistas, nas quais são assentadas, misturadas, pessoas das mais diversas nacionalidades. Esse sistema não agrada nem aos de descendência alemã, nem aos de descendência italiana, nem aos de descendência polonesa. Isso fez com que, durante os últimos dez anos, os melhores elementos, possuidores de mais capital, fossem fixar-se fora do nosso estado, em colônias confessional e etnicamente separadas, em Santa Catarina, Paraná ou Argentina."
Trecho do livro Cem Anos de Germanidade no Rio Grande do Sul, escrito
(em 1922) pelo padre caiense Theodor Amstad (nascido na Suíça)
e traduzido pelo tupandiense Arthur Blasio Rambo
O padre Amstad, aqui, critica a colonização em que se aceitavam católicos com evangélicos e alemães com italianos, poloneses e imigrantes de outras origens. Essa era uma tese muito enfatizada pelos padres, especialmente os jesuítas, como era o caso de Amstad. Eles eram extremamente contrários à criação de colônias mistas, nas quais convivessem católicos e luteranos.
O governo gaúcho, dominado pelo partido republicano, procurava evitar a germanização excessiva das colônias, nas quais as pessoas não sabiam falar o idioma português e as crianças, nas escolas, aprendiam tudo em alemão. Isso era visto como um problema a ser superado e a mistura de etnias nas comunidades favorecia o desenvolvimento de uso do idioma português como forma de alemães, italianos, poloneses e imigrantes de outras origens pudessem se comunicar. Pregava-se a nacionalização do ensino.
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