domingo, 8 de dezembro de 2013

3201 - Uma carta vinda do passado

Cápsula do Tempo, com carta 

de 1893, é encontrada na parede 

de uma casa

Publicado por  , do Grupo Editorial Progresso
Cápsula do Tempo, com carta de 1893, é encontrada na parede de uma casa
Uma carta com mais de 100 anos de existência foi encontrada em uma casa na localidade de Bom Jardim, na divisa de Montenegro com Brochier. O documento estava dentro de uma garrafa, encravada em uma das paredes da residência. A carta foi escrita pelo antigo proprietário, Guilherme Kochenborger, no dia 5 de março de 1893 e um dos objetivos era narrar detalhes daquele período. Ele tinha convicção de que a carta seria lida no futuro.
Com sete páginas, a carta narra momentos em que a reforma acontecia, diálogo com os pedreiros contratados para trabalhar, vizinhos da época, preços de produtos, comércio, visão política e entre outros. Um fato que chama a atenção, além dos tópicos citados, é a presença de alguns recortes de jornais da época, encontrados junto do documento.
De acordo com o bisneto, os jornais indicam certa ligação com a sagrada escritura. Em certo momento, Kochenborg cita o jornalista e político Julio de Castilho, eleito na época chefe geral dos republicanos. No mesmo, estampado na Capa do Jornal A Reforma de Porto Alegre, está o rosto estampado de Castilho. "O Guilherme era um político, apesar de viver naquela época, ele recebia informações da capital. Tudo indica que sim," comenta o bisneto.
Agora os familiares aguardam o contato do município de Brochier, local onde Guilherme teria sido sepultado, para colocar à disposição da comunidade o documento, no museu ou na biblioteca pública. Para Borchardt o documento é de extrema importância e orgulho para a família. "Saber que a gente tinha um antepassado que teve a feliz ideia de escrevee," conta. Veja a reprodução do original em:

http://www.oprogressoonline.com.br/index.php/noticias/geral/item/11466-cápsula-do-tempo,-com-carta-de-1893,-é-encontrada-na-parede-de-uma-casa.html
Adendo do Histórias do Vale do Caí:

No seu trecho inicial, que é o mais importante, a carta escrita em 1893 por Guilherme Cochenborger diz o seguinte:

Eu, Guilherme Kochenborger, sendo dono dessa casa e fazendo estas três paredes de novo, que acrescento à casa, resolvi deixar estas linhas enterradas  na parede.


Eu nasci na vila de São João de Montenegro. Naquela época, essa vila nada era ainda. Tinha apenas duas casas. Foi no ano de 1958. A minha mulher nasceu na fazenda do seu finado pai, Augusto Brochier, que está em descanso no cemitério da mesma fazenda, em São João dos Brochier. Na sua sepultura existe uma estátua de mármore. Faleceu no ano de 1888.
Carolina Augusta Kochenborger nasceu no ano de 1860. E a sua mãe, que é minha sogra, está viva com 55 anos de idade.
O corpo dessa casa não se sabe quando foi feito. Só posso dar os seguintes apontamentos:
No ano de 1819, esteve gente de pouca idade nesta casa, em compania de seus pais. Eles lembram apenas que o primeiro morador era um paulista chamado Manoel Joaquim. Mas não se sabe há quanto tempo ele se retirou dessa casa. Só sei dizer que, em 1819, já era uma casa velha. E que, em 1932, quando o meu finado sogro veio para ocupar a  sua fazenda, iniciando a parceria com seu irmão João Conrado Brochier, tinha de vir num cargueiro (burro) para chegar nessa casa. Dali para diante eles abriram uma picada no mato, como estavam acostumados a fazer pois gostavam de caçar, até achar um arroio.  Ali acamparam e viveram, juntamente com seus seis escravos, no meio dos bichos, feras e bugres, sem nunca ser importunados por eles.
Naquela ocasião, os irmãos Brochier encontraram essa casa antiga, feita de pedra bruta e tijolos. Assim como ela estava em 1819, está até hoje (1893).

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