domingo, 1 de junho de 2014

4085 - O nome Estrada Visconde do Rio Branco

Nesse velho casarão, situado em Nova Palmira, os imigrantes ficavam alojados
enquanto esperavam a demarcação dos seus lotes de terra


O nome de estrada Visconde do Rio Branco dado à estrada que saía de São Sebastião do Cahy e seguia para Caxias provavelmente foi dado em janeiro de 1877, conforme registros encontrados, que referiam a estrada que ligava Caxias ao porto do Guimarães como “Rio Branco”.
Alguns indicadores permitem apontar que tenha sido José Copertino Coelho Cintra, engenheiro e Inspetor Geral de Terras e Colonização do Ministério dos Negócios da Agricultura, Commércio e Obras Publicas, o mesmo que deu nome de Colônia Caxias ao Campo dos Bugres.
 Em janeiro de 1877, Copertino Coelho Cintra veio do Rio de Janeiro até o Campo dos Bugres para resolver um motim de imigrantes. Cerca de 1.600 colonos tiroleses, lombardos e trentinos foram recrutados para serem assentados no Rio Grande do Sul e Santa Catarina e acabaram deslocados para as colônias de Santa Tereza e Timbuí, no Espírito Santo. Os colonos amotinaram-se, forçando a inspetoria a tomar providências e reassentá-los no Rio Grande do Sul.
Coelho Cintra acompanhou estes colonos do Espirito Santo até o Rio Grande do Sul em dois navios de Guerra, o “Madeira” e o “Purus” com mais de cem praças. Chegando ao “Campo dos Bugres”, como era amigo pessoal do Duque de Caxias, então chefe do Gabinete do Conselho de Ministros, deu o nome de Colônia Caxias ao Campo dos Bugres(DALL'ALBA, 1997, p. 29 apud Carvalho Daemon: Provincia do Espírito Santo, p. 440) .
Diversos são os indícios de que o Engenheiro José Copertino Coelho Cintra tenha sido o responsável por dar o nome também à estrada de “Visconde do Rio Branco”, embora não conste de documentos oficiais localizados. Ele era engenheiro, Inspetor Geral de Terras e Colonização, cargo que ocupava no Ministerio dos Negocios de Agricultura, Commercio e Obras Públicas, no Rio de Janeiro, onde foi Ministro o Conselheiro Dantas, e o Visconde do Rio Branco era figura proeminente do poder imperial, como grão mestre da maçonaria e chefe do gabinete de ministros até 1875,ou seja, dois anos antes.
Copertino Coelho Cintra fazia parte do poder central do Império e coordenava os processos de colonização no Brasil inteiro, portanto era a maior autoridade no setor de colonização. Ao dar nome à Colônia Caxias, tinha autoridade legal para nomear também a estrada Visconde do Rio Branco e a Estrada Conselheiro Dantas, o que aconteceu simultaneamente. Esteve na Colônia Caxias em Janeiro de 1877, e percorreu a mesma estrada que os imigrantes.
A partir de 1877 começaram a aparecer nos ofícios e relatórios o nome de Rio Branco referindo-se a estrada que ligava Caxias ao Porto do Guimarães, embora não tenha sido localizado um documento que pudesse comprovar tal feito. Muitos documentos da Comissão de Terras foram perdidos em um incêndio ocorrido na sede da Colônia, onde poderia estar o registro de tal nomeação.
O Visconde do Rio Branco ocupou o mesmo cargo do Duque de Caxias, como chefe do Gabinete do Conselho de Ministros até 1875, e apoiou o programa de colonização e imigração no Brasil. Nada mais justo que homenageá-lo com o nome da estrada. Como Caxias foi homenageado com o nome da Colônia, o Conselheiro Dantas com a estrada que seguia para São Francisco de Paula e o Visconde do Rio Branco com a estrada que dava acesso ao porto do Guimarães.

A estrada Rio Branco era citada nos relatórios como parte daquilo que os agrimensores e engenheiros denominavam de “Viação Externa”, uma obra de viação que ligava a Colônia com o mundo externo, portos, capitais, cidades maiores. Já as estradas vicinais, linhas, travessões eram denominados de “Viação Interna”. 

Texto de estradariobrancohistoria, site de Luiz Ernesto Brambatti

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