sábado, 6 de dezembro de 2014

5016 - Projeto prepara desenvolvimento da navegação no rio Caí

O primeiro termininal hidrorodoviáio (porto) será localizado em Porto Garibaldi, no município de Montenegro, junto à ponte da rodovia BR-386


A ponte ferroviária sobre o rio Caí será elevada, para permitir a passagem 
de barcos maiores
Num primeiro momento, o projeto prevê a navegação até Porto Garibaldi,
mas ela poderá ser ampliada até Montenegro e São Sebastião do Caí
Esta tabela, extraída do Estudo de Viabilidade da Hidrovia Brasil Uruguai
mostra o interesse pela extensão da hidrovia até São Sebastião do Caí,
como já acontecia no passado (1)
O projeto de implantação da navegação no rio Caí faz parte
de outro maior: a Hidrovia Brasil Uruguai






































A notícia trazida pelo coordenador do Departamento  de Infraestrutura de Transportes (DNIT), engenheiro Pedro Zimer, foi muito comemorada por todos os presentes no Clube Cantegril, na noite da última quinta-feira, dia 4. Montenegro terá um dos portos da Hidrovia Brasil – Uruguai. O terminal ficará no Rio Caí, na localidade de Porto Garibaldi, às margens da BR 386. Do total previsto de R$ 300 milhões a serem investidos em todo o projeto pelo lado brasileiro, R$ 58 milhões serão somente para a construção da estrutura em Montenegro, incluindo a elevação da ponte férrea sobre o Rio Caí.

O prefeito Paulo Azeredo, de Montenegro, lembrou que trabalhou, como deputado, no início deste projeto junto ao governo uruguaio. Na época ele era presidente da Comissão do Mercosul da Assembleia Legislativa. “Receber esta notícia hoje é um motivo de muita comemoração. O ganho que este porto vai trazer para a região, e por consequencia para Montenegro, é imenso. Nossa localização geográfica privilegiada nos torna o melhor local para este empreendimento”, comentou.
Retorno garantido
Caberá à localidade de Porto Garibaldi receber as instalações dos terminais portuários de Montenegro. Às margens da BR 386, o local será acessado pelos caminhões de carga vindos da Serra, Vale do Caí, Vale do Sinos e Região Metropolitana. Com isto o custo dos fretes cairá bastante. O volume de carga é tão alto que a previsão é que o retorno financeiro dos investimentos ocorra em até quatro anos. “E nós fizemos uma estimativa de carga mais temerária, não excelente”, observa Zimer. Atualmente o volume de cargas para este terminal gira em torno de 500 mil toneladas por ano. Em 2025 são previstas 2,5 milhões de toneladas por ano. 

O tempo para implantação dependerá da iniciativa privada. “O que leva maior tempo são os terminais, por conta do licenciamento ambiental. A dragagem, que é a parte da União, é rápida de fazer”, explica Pedro Zimer, salientando que os módulos dos terminais podem ser construídos em até seis meses.
O projeto
Segundo Pedro Zimer, em território brasileiro a hidrovia vai ligar o extremo sul da Lagoa Mirim, em Santa Vitória do Palmar, e os portos do Uruguai, até o norte do Rio Grande do Sul, em Estrela, pelo Rio Taquari, e Cachoeira do Sul, pelo Rio Jacuí. “Será uma hidrovia de 700 quilômetros, e um corredor multimodal, ligando Montevideu a São Paulo, através de rodovia, hidrovia e ferrovia”, aponta. O engenheiro destaca ainda que a implantação do projeto será gradativa. “Caberá ao Ministério dos Transportes fazer a via, ou seja, dragar os rios e sinalizar, e os terminais serão implantados pela iniciativa privada”, explica.
A ponte
Sempre que se falou no retorno da navegação pelo Rio Caí, o empecilho que aparecia era a ponte da ferrovia, na altura do Pólo Petroquímico. Muito baixa, ela impediria a passagem de barcos de carga. O projeto prevê que seja construída uma elevação na ponte, tornando o trecho navegável. Este, inclusive, é o maior gasto previsto para a viabilização do porto em Montenegro. Os R$ 52 milhões seriam divididos entre o Governo Federal e a América Latina Logística (ALL), que tem a concessão de uso da malha ferroviária.

Matéria de J B Cardoso publicada pelo jornal Fato Novo 
em 7 de dezembro de 2014

Comentário desse blog sobre o assunto: 
A navegação pelo rio Caí é viável até mesmo sem a extensão da hidrovia até o Uruguai. Ela serviria para o transporte de cargas (especialmente containers) até o porto de Rio Grande. As embarcações usadas deverão ser rebocadores ou empurradores.
A localização do primeiro terminal hidro-rodoviário junto à ponte da BR286 (também conhecida como Estrada da Produção ou Tabaí-Canoas. Para empresas do Caí, como a Oderich e a Agrosul, será muito próximo o deslocamento até o terminal através da rodovia Transaçoriana (que liga Nova Santa Rita a Capela) e pela estrada do Passo da Taquara (que tem apenas seis quilômetros de extensão e será asfaltada).
Depois que a navegação até Porto Garibaldi estiver consolidada, novos terminais hidro-rodoviários poderão ser implantados rio acima, especialmente em Montenegro. Poderá ser viável, inclusive, a implantação de um terminal em São Serbastião do Caí, principalmente para atender às cargas provenientes de Caxias  do Sul  e outros municípios da região serrana.
CONGESTIONAMENTO
Apesar da construção da BR-448 (Rodovia do Parque) o problema de congestionamento na entrada de Porto Alegre não foi resolvido. Agora ocorrem problemas de trânsito na avenida da Legalidade (Castelo Branco). Com a diminuição no tráfego de caminhões de carga (decorrente da utilização da hidrovia) esse problema poderá ser resolvido.

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