quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

5256 - A estrada de Capela e a comunicação entre o Caí e Porto Alegre

Em 1940 a navegação decaía e a ECOL já possuía uma notável frota de veículos


Na década de 1930 já existia a Empresa Caiense de Ônibus, que fazia o transporte de passageiros entre São Sebastião do Caí e Porto Alegre.
A estrada, na época, ainda não era pavimentada e tinha um traçado bem diferente do atual. Possivelmente, passava por Capela de Santana e tinha um traçado bem mais longo do que o trajeto atualmente utilizado.
Sabe-se que, até o início da década de 1950, os ônibus que iam do Caí à capital usavam a antiga estrada de terra que passava pela ponte de ferro sobre o arroio Cadeia, ainda existente, embora pouco usada.
Dali, em alguma época, a estrada para São Leopoldo e Porto Alegre passava por Capela de Santana. O que tornava o percurso mais longo e demorado.
As razões da estrada passar por Capela, ao invés de seguir um rumo mais curto em direção a São Leopoldo e a capital, era o fato de Capela ser uma localidade muito importante. 
Por dois motivos:
1) Capela é a localidade mais antiga do Vale do Rio Caí. Tanto que ainda se usa, na região, até hoje, a expressão "mais velho que a estrada de Capela".
2) Em 1911 foi implantada uma estação ferroviária em Capela, tornado a localidade um polo local.
3) Com a implantação da fábrica Arrozeira Brasileira, na década de 1940, a população capelense aumentou muito.
Por isso passar por Capela dava mais passageiros e rentabilidade para a linha de ônibus.
O ônibus, na época competia com o vapor que também transportava passageiros do Caí para  Porto Alegre e vice-versa.
Em 1940, quando a navegação começava a definhar, a ECOL, Empresa Caiense de Ônibus já contava com uma flamante frota de ônibus fechados (diferentemente das antigas jardineiras, que não tinham paredes laterais).
Além dos ônibus, também os caminhões evoluíram e, com isso, a navegação declinou. Consequentemente o governo estadual passou a descuidar do trabalho de dragagem (extração de areia do leito do rio para aprofundá-lo e permitir a navegação). 
A atual estrada RS-122, que liga São Sebastião do Caí, foi chamada de estrada Júlio de Castilhos. Ficou assim até a década de 1960 ou 70. 
Na década de 2000 ela foi aprimorada com o desvio por um novo traçado, desviando o tráfego para fora da zona urbana de São Sebastião do Caí.
Essa providência reduziu grandemente o número de mortes por atropelamento e outros acidentes que ocorriam na cidade quando a estrada passava pelos bairros Quilombo, Centro e Vila Rica.

Foto dos arquivos da Empresa Caiense de Ônibus


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