domingo, 4 de fevereiro de 2018

5277 - Os bugres atacavam os pioneiros montenegrinos

Foto de índios kaingangues, no ano de 1991 (foto de Viviane Calegari)

Os primeiros moradores brancos da região próxima a Montenegro eram açorianos, paulistas e catarinenses, todos súditos do império português.

Esses primeiros colonizadores viviam em contante perigo devido ao ataque dos índios selvagens, que perambulavam pelas matas da região e, muitas vezes, atacaram famílias que se estabeleceram na região.
Na descrição de José Cândido de Campos Neto, a ameaça de ataques por parte dos índios era o maior problema enfrentado pelos primeiros colonizadores.

"O ataque inesperados e violentos do selvícola atroz, a intranquilidade da família sob a ameaça constante dos bugres, beira campo, vigilantes dia e noite, sempre de alcatéa, a espera do momento asado para o assalto terrível.
Escolhiam sempre o momento de ausência do homem e, chegada a ocasião propícia, em correria desenfreada, com grande alarido, homens, mulheres e crianças investiam contra as moradas isoladas e matavam, destruíam e roubavam. Muitas vezes levavam consigo, a força, mulheres e crianças; aquelas conseguindo algumas vezes fugir e regressar ao lar; estas, no decorrer dos anos, identificando-se com a vida nômade do selvagem, assimilando-se ao meio e aos costumes."
"Bastas vezes foram, anos depois, na prea ao índio, encontradas dessas criaturas animalizadas pela convivência, em pleno estado de nudez, fugindo assustadas dos seus libertadores.
Relatam velhos moradores de Montenegro factos horríveis, com minuciosidades apavorantes das incursões dos bugres."
A localidade de Costa da Serra, próxima à atual cidade de Montenegro, foi colonizada antes da atual cidade de Montenegro e "foi teatro de vários dramas trágicos, originados pelo assalto sangrento dos selvagens."
"Depois do mal feito, retiravam-se os bugres para o interior do sertão e por lá permaneciam, por tempo mais ou menos longo, até que o fato caísse em esquecimento para, então, voltarem novamente ao assalto, naquela persistência digna de melhor causa, naquela guerra sem tréguas contra o homem civilizado, que os enxotava dos seus domínios."

Relato extraído do livro Montenegro, de José Cândido de Campos Netto

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