segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

5128 - Assista o filme Os Mucker



https://l.facebook.com/l/ZAQEhcbu3AQG92r2MZHigxdISh8KKhhLZYT-nTUwBt2YdZA/https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DW54QRKsnJN8

Produzido em 1978, o filme Os Muker foi realizado na região colonial alemã, tendo como atores descendentes das pessoas que, por volta do ano de 1874, viveram o grave episódio da guerra dos muker.
Falado predominantemente em  alemão, o filme reproduz não apenas os fatos históricos que tanto influíram na história dos vales do Sinos e Caí.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

5127 - Funilaria na região colonial

Oficinas artesanais, pequenas  indústrias familiares,
produziam artefatos de grande  utilidade para os colonos

Na colônia desenvolveram-se muitas  pequenas fábricas ou oficinas nas quais eram fabricados produtos importantes para a vida dos antigos colonos. 
Cada uma na sua especialidade, essas pequenas empresas familiares produziam sapatos, tamancos, carroças, selas para cavalos e vários  outros  produtos. 
A foto mostra uma funilaria e eram  mais comuns, também, as ferrarias, carpintarias, serrarias e as funilarias, como a que aparece na foto.
Os funileiros fabricavam tambos de leite, baldes, bacias e outros artefatos que aparecem na foto. Algumas dessas pequenas unidades fabris evoluíram, tornando-se indústrias de porte. Principalmente no setor do calçado.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5126 - Professor Jorge Jaeger

O professor Jorge Jaeger foi um dos mais destacados membros de uma  importante família de educadores

O professor Jorge Jaeger era natural do Vale do Caí, mas desemvolveu suas atividades em São Leopoldo. Era membro da família Jaeger, que teve grande destaque no magistério.
Filho de Franz Adlph e Katharina Elisabeth Schuck, ele casou com uma filha do grandepintor Pedro Weingärtner e foi pai de dez filhos.
Além de professor, foi desenhista, violinista, além de ser um grande amigo do famoso padre João Batista Reus.
Um de seus filhos mais destacados foi o historiador padre Luiz Gonzaga Jaeger, que era jesuíta e escreveu várias obras sobre história.

Foto e informações do acervo de Felipe Kuhn Braun

5125 - Tupandi e São José do Sul: progresso acelerado graças à produção de aves e suínos

Com base na produção de aves e suínos, Tupandi e São José do Sul
se tornaram verdadeiros casos de milagre econômico
A quarta rodada do Campeonato do Desenvolvimento no Vale do Caí teve resultados espetaculares. Entraram em campo dois municípios que são verdadeiros craques nesse esporte: Tupandi e São José do Sul.

De Tupandi, todo mundo já sabia que é um exemplo de sucesso em administração municipal, admirado por conhecedores do assunto do Brasil inteiro. Até um livro foi escrito contando o extraordinário desenvolvimento econômico e social alcançado por esse pequeno município do Vale do Caí.
SÃO JOSÉ DO SUL
O que deve ter surpreendido muita gente é o desempenho de São José do Sul, um município tão pequeno que a maioria das pessoas nem conhece. Uma cidadezinha pela qual se passa ao ir de Montenegro a Salvador do Sul.

Trata-se de um caso diferente dos demais, porque esse município só começou a existir, de fato, no ano de 1996.

Seu primeiro prefeito, Mário Rohr, fez o mesmo que Lico Fink, de Harmonia. Antes de assumir o governo foi falar com Hilário Junges (o prefeito de Tupandi que foi o responsável pelo milagre econômico ocorrido naquele município) e tratou de seguir as lições do mestre. O resultado foi espetacular. Em dois governos sucessivos, Rohr fez com que São José do Sul desse um salto, fazendo a sua economia bem mais do que duplicar.

Nos dois governos seguintes, do prefeito Anildo Petry, os resultados não foram tão espetaculares, mas também foram muito bons. Razão pela qual esse município cresceu muito mais em apenas 16 anos do que a maioria dos outros, em 18.
TUPANDI
Tupandi é um caso que deveria ser estudado pelos cientistas da administração pública. Um caso de sucesso sem igual no Brasil. Deveria, principalmente, ser imitado pelos demais municípios.

O segredo do seu sucesso está no intenso incentivo à produção de aves e suínos. Setor altamente tecnificado e produtivo, que tem também a virtude de dar extraordinário retorno de impostos para as prefeituras. Com o que elas podem redistribuir os benefícios gerados pelos aviários e pocilgas para toda a população.

O crescimento real do PIB municipal diminuiu muito nos últimos anos. Espera-se que o atual prefeito, Hélio Müller, volte a ter o espetacular desempenho que teve na sua primeira administração, de 1997 a 2000.


É preciso semear hoje para colher no futuroPrefeitos como Lico Fink e Mário Rohr agiram com sabedoria ao reconhecer o extraordinário desempenho de Hilário Junges no governo de Tupandi e tomar conselhos com ele, para reproduzir, em seu município, o método vitorioso criado pelo prefeito tupandiense.
O grande mérito de Hilário Junges foi desenvolver, no município, a produção de aves e suínos em regime de integração (com a empresa Frangosul, depois Doux, hoje JBS). Ele copiou e aprimorou o sistema que vinha dando muito certo no oeste catarinense.

O Fato Novo teve também o seu mérito, na época, ao detectar logo o fenômeno e divulgá-lo para toda a região.

Na mesma linha, o jornal vem publicando, agora, essa série de reportagens, que tem alto valor no campo das ciências da administração e da economia.

O objetivo do jornal é fazer com que os atuais e futuros prefeitos tenham elementos para traçar um plano de desenvolvimento para o seu município e, também, que os eleitores comprendam como vale a pena adiar alguns confortos imediatos para focalizar os esforços de uma administração nas ações que trarão resultados no médio e longo prazo.

Matéria publicada pelo jornal Fato Novo em 10 de janeiro de 2015

5124 - Feliz ainda se recupera do colapso ocorrido nos anos 1990, Bom Princípio cresce com constância





Feliz é um dos mais importantes e mais antigos municípios da região. Foi o terceiro a se emancipar-se, em 1959.

Na década de 1970, instalou-se lá uma filial da fábrica Reichert, que veio a somar-se a outras empresas de porte, como a Lacesa e a Antarctica. Isso deu ao município uma situação excelente. O município cresceu muito na década de 1990. Mas, depois disso, veio uma sucessão de fechamento de empresas: a Lacesa, a Antarctica, a Reichert e a Dilly.

A crise foi grave, mas a disponibilidade de mão de obra e de prédios industriais desocupados foi um atrativo, Na década de 2000, os prefeitos Paulo Caye e César Assmann conseguiram atrair novas empresas e Feliz conseguiu se recuperar do colapso sofrido com o fechamento das empresas.
BOM PRINCÍPIO
Bom Princípio emancipou-se bem mais tarde do que Feliz: no ano de 1982. Por isso, até a década de 1990 o seu valor adicionado (valor da produção do município) era menos que a metade do de Feliz.

Mas entre os anos de 1998 e 2001, enquanto Feliz ainda sofria com o fechamento das suas indústrias, Bom Princípio teve um crescimento extraordinário, Sob o governo do prefeito Nestor Sibel, o município dobrou o seu valor adicionado (nominal) em apenas quatro anos.

Com isso, Bom Princípio desfruta, atualmente de uma situação econômica bem mais favorável do que a de Feliz.

Mesmo tendo crescido mais que Bom Princípio desde 2005, ainda não conseguiu se recuperar das dramáticas perdas sofridas entre 1996 e 2000.

Bom Princípio tem economia mais sólida do que a de Feliz porque ela está baseada em empresas locais de pequeno, médio e grande porte. Os principienses são extraordinariamente empreendedores. Como as empresas são locais, dificilmente irão deixar o município, como aconteceu na Feliz. A Lacesa, Reichert, Antarctica e Dilly, da Feliz, eram filiais.
Além disso, Bom Princípio tem maior desenvolvimento do que Feliz no setor agropecuário, inclusive com bom número de aviários. E essa, como se viu nos casos de Harmonia e Pareci Novo é a principal força propulsora do progresso na região.

Matéria publicada pelo jornal Fato Novo em 7 de janeiro de 2015

5123 - Harmonia e Pareci: municípios que progrediram com a criação de aves e suínos


Harmonia teve um excelente desenvolvimento no primeiro governo do prefeito Lico Fink, graças ao forte investimento da prefeitura no incentivo aos aviários e pocilgas. Estratégia que foi continuada nos governos de Silvio Specht e no segundo mandato de Lico Fink. Por isso, o extraordinário desenvolvimento alcançado pelo município.

No Pareci Novo, o prefeito Oregino Francisco também teve sucesso usando a mesma estratégia de desenvolvimento. No seu último mandato, o crescimento foi menor devido ao fechamento de um grande empreendimento de suinocultura.
Para se desenvolver, é preciso investir na produção
Quem vai aos Estados Unidos ou à Europa geralmente fica encantado com o que vê. A infraestrutura, a segurança, a saúde, a educação, a ordem, a limpeza, o conforto... Tudo é incomparavelmente melhor no mundo desenvolvido.
No Brasil, a vida é bem mais difícil, as oportunidades são menores, o atendimento à saúde é precário... Existe muita pobreza, até miséria e fome.

Se bem analizada, a grande diferença que existe entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos, como o nosso, está na capacidade de produzir. Nos países ricos, as pessoas produzem mais, porque têm mais qualificação para o trabalho e estão mais equipadas para produzir. Os países mais ricos e os povos melhor atendidos são os que, no passado, investiram na sua capacidade para produzir.

Assim acontece com os municípios. Os melhores prefeitos não são aqueles que fazem obras para atender as necessidades imediatas do povo, mas sim aqueles que investem no fortalecimento econômico do município. Os que fazem investimentos para que a economia cresça pensando nas vantagens que a população terá no futuro.

Se um prefeito investe em incentivo para a construção de um aviário, isso proporcionará retorno de impostos durante décadas. O que vai dar condições para a prefeitura proporcionar muitos benefícios para a população.

Se o prefeito investe no asfaltamento de uma rua para fortalecer uma indústria (como ocorreu no caso da Agrosul, no Caí), essa indústria, além de gerar empregos, vai aumentar o retorno de impostos por longo tempo, viabilizando muitos benefícios para a população.


Incentivar os locais é melhor do que atrair investidores de fora

Na pesquisa que o Fato Novo vem realizando sobre o desenvolvimento dos municípios do Vale do Caí, o que melhor se saiu até agora foi Harmonia. 
Nos últimos 17 anos, o seu valor adicionado (equivalente ao produto interno bruto dos países) cresceu quase 1.000%. Pareci Novo ficou na segunda colocação, mas bem atrás, com crescimento de 518% e Montenegro vem depois, com 505%. O Caí, que cresceu apenas 245%, ficou com o último lugar, nesse campeonato.

O que pode consolar os caienses é o fato de que o progresso ocorrido no município aconteceu nos últimos anos, depois de 14 anos de retrocesso. Nos quatro anos mais recentes, ele cresceu substanciais 27%. Se continuar assim, pode se recuperar.

Até a década de 1990, quando contava com a potência das suas fábricas da gigante Azaléia, o Caí se destacava na região, enquanto Pareci Novo e Harmonia, eram apenas lugarejos desestruturados. Hoje, pelo contrário, a estrutura encontrada nesses municípios supera a do Caí em muitos aspectos. O que se nota, por exemplo, no asfaltamento das ruas. O que não se vê no Pareci ou Harmonia.
Progresso próprio
Quando o setor calçadista entrou em crise, as fábricas abandonaram a cidade, que amargou anos de depressão econômica.
Esse é o risco de “atrair empresas” para o município”. Essas empresas não têm raízes no município e, se a situação ficar difícil, elas vão embora.

Nos municípios de Harmonia e Pareci, que melhor se saíram até agora na pesquisa, as prefeituras incentivaram os seus agricultores a construir aviários e pocilgas. Ou seja, ajudaram as famílias locais a progredirem. Esses são empreendimentos locais, que dificilmente irão se mudar para outro município. Uma receita mais segura para o desenvolvimento continuado e duradouro.

Matéria publicada pelo jornal Fato Novo em 2 de janeiro de 2015



domingo, 11 de janeiro de 2015

5122 - Automóveis em frente à prefeitura

A rua principal do Caí na década de 1930
A foto aqui apresentada foi atribuída a data  de 1923. O que deve estar errado. O que vemos na foto é a rua Marechal Floriano, no centro do Caí. Estão em evidência quatro prédios que ainda existem: o do Banco Nacional do Comércio (atual Pizzaria Pica Pau), os dois prédios da prefeitura e o do Clube Aliança. O primeiro prédio da seqüência situa-se na esquina da rua Marechal Floriano Peixoto com a 13 de Maio. Pelo que se nota na foto, ele já era um prédio antigo na ocasião em que foi feita a foto. É notável que, ao lado, existia uma garagem. Essa, aparentemente, uma construção mais nova e melhor conservada. Essa deve ter sido a residência de algum magnata caiense. Mas ainda não sabemos quem seja.
O mais novo dos prédios da prefeitura, no qual, hoje, funciona a secretaria da fazenda, foi inaugurado no ano de 1930. Além disso, em 1923 quase não existiam automóveis no Caí e chegar à cidade de carro era muito difícil. 
Essa extraordinária quantidade de automóveis estacionados na cidade, mesmo que seja na década de 1930, é surpreendente. Por certo, acontecia ali uma solenidade, que atraiu autoridades da capital e municípios vizinhos. Talvez a inauguração do prédio do forum.
Alceu Masson, na sua Monografia Cai, editada em 1940, refere-se a esse prédio da seguinte forma:
"O edifício do foro, ligado por um patamar ao paço municipal, estão instalados os cartórios do registro civil, de órfãos e ausentes, do civel e crime, a delegacia de polícia e a cadeia civil.  No andar térreo do paço municipal echam-se a Coletoria Estadual, a Junta de Alistamento Militar e a Subprefeitura de distrito de Caí."
O paço municipal era o que hoje chamamos de prefeitura. Antes da revolução de 1930, a sede do poder executivo municipal era chamada de intedência e o que chamamos hoje de prefeito era denominado intendente.

Foto do acervo de Mário Glaeser

5121 - História dos irmãos Brochier e do município de Brochier


irmaosbrochier
Os primeiros colonizadores de Brochier foram os irmãos João Honoré e Augusto Brochier. Eles chegaram ao local por volta de 1832, vindos da França, numa época em que o Vale do Caí ainda era muito pouco povoado. Haviam fazendas de gado para os lados de Capela de Santana e Montenegro e mais alguns poucos moradores estabelecidos nas margens do rio Caí, rio acima, até os atual município de Bom Princípio. Capela de Santana era a vila mais próxima e contava já com uma igreja que servia como sede paroquial para toda a região dos vales do Caí e Sinos.
Também a Costa da Serra, perto de Montenegro, já era ocupada por estâncias de criadores de gado. Ao norte desta localidade, as terras continuavam desocupadas pelo homem branco. Ali a selva ainda era fechada e metia medo pela presença de animais ferozes como a onça. De presença humana, somente a dos índios que, na sua vida nômade, passavam de quando em quando por ali, coletando frutos da mata, caçando e pescando. E foi nesta região que os dois irmãos franceses tiveram a ousadia de se fixar. Compraram uma extensa área de terras e se fixaram no exato local onde hoje se encontra a cidade de Brochier. O que os atraiu foi a fartura de madeira, especialmente a dos pinheiros (araucárias), que eles cortavam e levavam para Porto Alegre, onde era vendida a bom preço. A capital gaúcha crescia bastante nesta época e precisava de boa madeira para as construções. E os Brochier ajudavam a suprir esta necessidade derrubando os pinheiros centenários, cortando a madeira e a levando em balsas pelos arroios Brochier e Maratá até o rio Caí. O arroio Brochier (que foi conhecido inicialmente como arroio dos Franceses) era muito raso, assim como o Maratá, e o transporte da madeira só podia ser feito através deles depois de chuvas que aumentavam o volume das suas águas. O arroio Maratá desemboca no rio Caí nas proximidades da atual cidade de Pareci Novo. Dali a madeira seguia até Porto Alegre sem maior dificuldade, devido ao bom volume de água deste rio durante o ano inteiro.
Para sobreviver no meio desta região selvagem, João Honoré e Augusto trataram de manter uma boa convivência com os índios, praticando um comércio de trocas com eles. Os Brochier tiveram sucesso nesta política, apesar de alguns eventuais desentendimentos. No pior deles, ocorrido em 6 de janeiro de 1847, os índios assaltaram a casa de Augusto Brochier, mataram um escravo e seqüestraram uma escrava chamada Maria Rita, levando-a consigo juntamente com dois filhos pequenos.

Segundo foi apurado pelo pesquisador Germano Henke, Augusto Brochier casou com Maria Saticq, também francesa. Ela era 26 anos mais moça do que Augusto e sobreviveu a ele, morrendo 37 anos depois, na vila de Brochier.
O casal teve doze filhos: João, nascido em 4 de fevereiro de 1861; Carolina (nascida em 18 de abril de 1862, que casou com Guilherme Kochenborger), Januária (nascida em 19 de setembro de 1862 e casada com Carlos Kochenborger), Faustina (nascida em 5 de janeiro de 1865 e casada com Luiz Kochenborger). Até aí observa-se a estreita relação havida entre as famílias Brochier e Kochenborger. Assim como os irmãos Brochier, a família Kochenborger também teve papel destacado na colonização inicial do Vale do Caí. Foi João André Kochenburger que fundou a colônia de Maratá, no ano de 1855, juntamente com os irmãos João Frederico e Pedro Schreiner.
Idalina Brochier (nascida em 9 de fevereiro de 1868, casou-se com Albano Coelho de Souza), Maria (nascida em 16 de outubro de 1860, foi casada com Militão de Mattos), Olímpia, que nasceu em 7 de abril de 1873, casou com Henrique Fetzner. O oitavo filho de Augusto Brochier, nascido em 22 de agosto de 1874, recebeu o mesmo nome do pai. Depois veio Pedro, nascido em 6 de julho de 1877; Itelvina, que nasceu em 18 de fevereiro de 1879 e casou com seu primo João Gabriel Brochier; Paulo, nascido em 4 de abril de 1881. E, por fim, Pedronilha, que nasceu em 26 de junho de 1884.
João Honoré Brochier, irmão de Augusto, nunca se casou. Mas ele teve um filho ilegítimo ao qual reconheceu e cuidou da sua criação. Este filho chamava-se Gabriel Brochier e, depois de crescido, foi viver na localidade de Passo da Amora, onde veio a casar-se com Maria José de Brito. O primeiro filho deste casal chamou-se João Gabriel Brochier e foi este que casou-se com Itelvina Brochier (filha de Augusto Brochier). Os demais filhos de Gabriel Brochier foram: Faustina, Cherubina, Paulo Gabriel, Olímpio Gabriel, Alexandre Gabriel, Gabriel, Ernesto Gabriel e Lourival Gabriel. Descendentes da família Brochier vivem até hoje no município, como pode ser verificado na lista telefônica. Mas muitos outros se espalharam pelo estado e pelo país.
Depois de haverem extraído a melhor madeira que havia nelas, os Brochier deram importante contribuição para o povoamento da região ao vender lotes para colonos alemães, o que aconteceu a partir do ano de 1854 ou 1855. Isso aconteceu no território que hoje é ocupado pelos municípios de Brochier e Maratá que continuava quase totalmente desabitado e que, a partir de então, foi ocupada por famílias vindas das colônias velhas, como São José do Hortêncio, Ivoti e Dois Irmãos. Gente que, via de regra, se expressava apenas no idioma alemão.
Com isto, a própria palavra Brochier, passou a ser pronunciada com sotaque alemão, ao invés do francês original. Pelo certo, o nome do município de Brochier deveria ter a pronúncia francesa, que seria Brochiê.
Em 05 de maio de 1873, foi criado o distrito de Brochier, ou São João dos Brochier, sendo considerado o segundo distrito de Montenegro. A partir de 1987, Brochier e Maratá, dois distritos de Montenegro, situados próximos um do outro, iniciaram seu processo emancipacionista. Em 20 de dezembro de 1987, realizaram seu plebiscito, quando 2.980 dos seus 3.291 eleitores se manifestaram favoráveis à emancipação, concretizada pela Lei nº 8.556, de 11 de abril de 1988, criando-se, então, o município de Brochier do Maratá. Com a emancipação política de Maratá, ocorrida em 20 de março de 1992, desfizeram-se os elos de união das duas localidades e a expressão Maratá foi suprimida, passando o município a chamar-se somente Brochier.

Capital do carvão vegetal, esse nome é originário da cultura da acácia negra, cuja transformação da lenha em carvão vegetal fez de Brochier um dos principais produtores de carvão em todo o Estado. A economia do município também conta com indústria moveleira, indústria de calçados, fábrica de barcos infláveis e comércio sólido.

O município localiza-se na região do Vale do Caí. Possui uma área de 109,50km², distanciando-se aproximadamente 50km em linha reta e 94km por via rodoviária da capital do Estado. A população descende etnicamente de alemães, franceses e portugueses.

sábado, 10 de janeiro de 2015

5120 - Caí Tênis Clube

O Tennis Clube Caí formou o campeão  brasileiro de Tênnis Yarte Adam


No ano de 1940, conforme consta no livro Monografia Caí, de Alceu Masson, existiam dois clubes de tênis em São Sebastião do Caí: o Tennis Club Caí, que contava com duas quadras para a prática do esporte, e o Brasil Tennis Club, com uma quadra.
Talvez essa duplicidade reflita o clima de divisão que reinou na sociedade da época, dividida entre as pessoas de origem alemã e as de origem lusa.
Os principais clubes eram dominados por pessoas de origem alemã e, neles, as pessoas falvam alemão. Os lusos, por não dominarem a língua, sentiam-se deslocados e, por isso, foram criados clubes para reunir esse setor da sociedade. O próprio nome, Brasil Tennis Club, sugere que seja assim. 
A quadra o Brasil Tennis Clube situava-se à frente do prédio atualmente usado pelo Country Clube. Na época, ali funcionava a Liga Esportiva, que também era um clube mais aberto aos caienses de origem  lusa. Isso não quer dizer, entretanto, que lusos não frequentasse o clube dos alemães (na época denominado por Alceu Masson como Sociedade Ginástica, depois Clube Aliança) e que os de origem alemã não frequentavam  a Liga Esportiva. Os caienses mais educados sempre valorizaram o bom relacionamento entre  pessoas das duas origens.
No Tennis Club Caí, formou-se Yarte  Adams, caiense que chegou a ser campeão brasileiro de tênis  na década de 1960.
O prédio desse clube ainda existe, na esquina das ruas Oderich e  Marechal Deodoro. Funciona ali a Creche Vó Beti. 

Foto do acervo de Yarte Adams

5119 - APEHVAL: unidos pela descoberta da história regional

Um grupo de caienses formou a APEHVAL, associação que impulsionou
o estudo da história regional, no Vale do Caí
Membros da associação reunidos após palestra da cidade de Feliz
O estudo da história do Vale do Caí quando foi constituída a Associação dos Pesquisadores de História do Vale do Caí. 
Esta associação surgiu por iniciativa de Renato Klein e Jacob Selbach, que convidaram mais alguns estudiosos da história regional e fundaram, inicialmente, a Confraria dos Pesquisadores de História do Vale do Caí. Nome que foi, depois, modificado para Associação dos Pesquisadores de História do Vale do Caí (APEHVAL).
A foto acima mostra os participantes da associação, reunidos numa lancheria após uma reunião com estudiosos da história na cidade de Feliz.
Lamentavelmente, dois dos participantes desse encontro Wallace Kruse e Roque Mengato, já faleceram.
Estão na foto, da esquerda para a direita circundando a mesa, Raimundo Volkweiss, Roque Mengato, Daniel Spolier, Wallace Kruse, Mário Glaeser, Gilberto Kayser, Calos Campani, Renato Klein e Eduardo Fagundes.
A associação desenvolveu reuniões e atividades regulares por alguns anos, mas acabou se desintegrando. Mesmo assim, foi extremamente produtiva, pois animou boa parte dos seus participantes a desenvolver atividades de grande relevância para o estudo da história regional.

Fotos do acervo de Mário Glaeser

5118 - Proposta para o crescimento do Cluster Agroindstrial de Alimentos do Vale do Caí

Cluster Agroindustrial de Alimentos 
do Vale do Caí
Utilização do rio Cai, Jacuí e Lagoa dos Patos é viável e tem baixo custo de implantação
vai tornar mais competitivos os produtos do cluster


Fruto de boas iniciativas descoordenadas, surgiu no Vale do Caí uma estrutura que desenvolveu a região transformando-a no “Vale da Felicidade”. O suporte econômico desse fenômeno foi a produção de aves e suínos em regime de integração com grandes empresas. Se esse modelo for desenvolvido de  modo planejado, pode alcançar dimensões muito maiores (inclusive em outras regiões) e constituir-se na principal riqueza do estado, aumentando em muito as exportações gaúchas,  assim como a geração de impostos e contribuindo grandemente para a sustentação econômica do governo estadual.
O Vale do Caí é hoje um local onde produtos vegetais, como a soja e o milho, são convertidos  em carne de aves, suínos, bovinos e peixes, além de ovos e produtos lácteos. Isso acontece  através da  criação  de animais criados em confinamento e tratados com ração.
O que se precisa, agora, é conduzir a expansão desse sistema produtivo (cluster) de forma que ele possa desenvolver-se muito mais.
A produção em grande escala e o aprimoramento da infraestrutura reduzirão os custos de produção e tornarão
os produtos do cluster ainda mais competitivo.
O transporte de mercadorias pelo rio Caí e Lagoa dos Patos até o superporto de Rio Grande será um importante fator de redução dos custos. Esse projeto, que deverá iniciar com a implantação  de um terminal hidrorodoferroviário na localidade de Porto Garibaldi, poderá ser ampliado, no futuro, com dois novos terminais hidrorodoviárrios em Montenegro e São Sebastião do Caí.

Construção do superaeroporto de Portão vai reforçar a infraestrutura de transportes do cluster
A América Latina Logística (ALL) deve ser integrada  ao projeto, cabendo a ela ampliar o uso dos trens para o transporte de grãos do norte do estado até o terminal hidrorodiviário de Porto Garibaldi, próximo ao polo petroquímico de Triunfo.
Implantação de grandes fábricas de ração junto à ferrovia e ao terminal hidro-rodo-ferroviário de Porto Garibaldi.
O superaeroporto a ser construído no município de Portão também contribuirá para a diminuição dos custos de exportação. Ainda mais em se tratando de produtos com alto valor agregado, como peixes especiais frescos e pratos prontos feitos com refinamento e um mix variado de opções gastronômicas. No Mato Grosso do Sul, já é significativa a venda de peixes frescos levados de avião para as grandes metrópoles mundiais, que são servidos nos restaurantes no dia seguinte ao da sua pesca.
A produtividade do cluster pode ser desenvolvida através de várias  medidas, tais como:
A implantação de escolas técnicas voltadas para a produção de alimentos e cursos  universitários de engenharia de alimentos e veterinária.
Incentivar a implantação de novos aviários, pocilgas, açudes  (milhares deles), inclusive nos municípios com maior extensão territorial, que são Montenegro, Caí, Capela de Santana e Portão).
Incentivar, igualmente, a expansão de indústrias beneficiadoras de alimentos, como a que pretende se implantar no Caí, dedicada à produção de ovos em pó ou líquido. Atrair uma empresa ou criar cooperativa para o beneficiamento e a comercialização da carne de peixe.
Trens da ALL trazem soja e milho da região produtora para o Vale do Caí
Aproveitamento dos excrementos dos animais criados em cativeiro em biodigestores, para a produção de energia  elétrica.
O que tornará ainda mais rentável e econômica a operação do sistema.
Desenvolvimento da produção de soja e milho na região  dos Campos de Cima da Serra, que fica mais próxima do Vale do Caí do que as  atuais  áreas produtoras desses grãos.
As prefeituras governo estadual e federal têm grande retorno de impostos com a atividade do cluster. Portanto, os lucros gerados pelo sistema resultam em benefícios  para toda a população regional e até as estadual e nacional, já que a maior receita dos governos possibilita melhor atendimento às necessidades da população.

No Cluster Agroindustrial do Vale do Caí, o trigo e o milho
é convertido em  carne de aves e suinos
Tese:
No Brasil é muito mais fácil ser competitivo na produção agropecuária do que nos demais setores da economia, pois o país conta com um diferencial importante a seu favor: a disponibilidade de grandes áreas propícias para a produção agropecuária. O Brasil precisa acumular capital com a exploração do setor primário para, depois, aos poucos, desenvolver a capacidade de produzir com competividade nos demais setores.
O Rio Grande do Sul precisa de uma forma rápida para fazer crescer o PIB estadual.
O incremento do Cluster Agroindustrial de Alimentos do Vale do Caí pode duplicar ou triplicar a sua capacidade produtiva em cinco anos  e servir de modelo para outros projetos semelhantes no estado.
Esta solução, já testada e aprovada  no Vale do Caí,  poderá transformar O Rio Grande do Sul num dos principais polos mundiais de produção de alimentos.

5117 - Inauguração do Porto de Montenegro

O porto de Montenegro, juntamente com a ferrovia, deu grande impulso
à economia e fez crescer a cidade



O porto de Montenegro foi inaugurado no ano de 1904. Uma realização do prefeito Álvaro de Moraes, que foi homenageado ao ser dado o seu nome à rua que margeia o rio, junto ao cais.
Esse porto, na época, era um dos maiores existentes no estado, sendo comparável aos de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. A pompa da solenidade de inauguração, mostrada na foto acima dá uma ideia do porte e da importância dessa obra.
Álvaro Campos tinha muita visão e, também, prestígio junto ao governo estadual. Foi ele, também, que conseguiu atrair para Montenegro o traçado da estrada de ferro, que antes era planejada para passar por São Sebastião do Caí.
Com a ferrovia e o porto, Montenegro tornou-se um dos maiores entrepostos comerciais do estado e local apropriado para a implantação de indústrias.
Antes dos governos de Álvaro de Moraes era uma cidade mais dinâmica e rica do que Montenegro. Com ele, Montenegro deu um salto e superou o Caí.

Foto do acervo de Romélio Oliveira

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

5116 - Caí na década de 1950

Vista da torre da igreja, a pacata São Sebastião do Cai de 60 anos atrás


No início da década de 1950, pouquíssimas pessoas possuíam automóvel. O centro do Caí era muito pouco movimentado.
O Cine Aloma, prédio grande à esquerda, na rua Marechal Deodoro, havia sido construído há pouco tempo. Logo adiante, na esquina, destaca-se o prédio do Grande Hotel, que depois veio a ser Hotel Schneider e, mais recentemente, Farmácia Ideal. Uma quadra adiante, também na esquina, avistamos o prédio da Estação Rodoviária, pertencente à família Piovesan, que foi fechada em meados do ano de 2014.
Antes do cinema vemos o prédio de esquina em que existia a Hotel Adams, de Martin Adams, um dos mais  antigos da cidade. Em certa época, ele teve  uma bomba  de gasolina da calçada (provavelmente, antes dessa foto).
Vê-se um grande prédio (visível adiante da frente do Cine Aloma). É o que, hoje abriga a Loja Lebes. Na época era o Tiro de Guerra: um prédio muito grande (como ainda é hoje). Fica na esquina da avenida Egydio Michaelsen com a Tiradentes e serviu, por muitos anos, como sede e garagens da Empresa Caiense de Ônibus.
Bem à esquerda vê-se o prédio da Livraria Caiense, pouco modificado. Mas ele tinha uma porta para  rua Marechal Deodoro, que foi fechada.
O prédio da atual Biblioteca Municipal (que antes foi agência dos Correios, por muitas décadas) já existia na época. Adiante dela, onde hoje se encontra a agência do Banco do Brasil, havia uma grande e imponente residência.
Uma quadra adiante, na rua Coronel Guimarães, fazendo frente para o atual ponto de táxis, havia um sobradinho, no qual funcionou a loja e oficina de bicicletas de Plínio Juchem.
Não existia, ainda, o sobrado do Bazar Griebler, construído entre o sobrado do Seu Plínio e a Rodoviária.
A foto foi feita do alto da torre da igreja matriz.

Foto do acervo de Mário Glaeser

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

5115 - Sina Loteria

A Caixa Econômica Estadual fez sorteios da sua loteria em frente
à loja Sina Loteria
Primeiro prédio próprio da Sina Loteria
A Sina Loteria fez grande sucesso nessa loja, situada na rua Pinheiro Machado
O proprietário, Mário Glaeser, tinha sua residência no segundo andar do prédio
No canto inferior esquerdo, aparece o fotógrafo Vilson Nunes da Silva,
com máquina fotográfica pendurada no pescoço. No canto inferior direito,
o advogado Fausto Leão, com camisa xadrez



Interior da Sina Loteria, com Mário Glaeser (ao centro) e amigos (1994)


A Sina Loteria foi um marco caiense nas últimas décadas do século XX. Bem instalada num prédio próprio, a lotérica foi uma das mais importantes revendas de bilhetes de loteria. Principalmente, da Loteria Estadual, da qual vendeu o primeiro prêmio algumas vezes.
Em reconhecimento à importância dessa revenda, pertencente a Mário Glaeser, a loteria estadual realizou, mais de uma vez, o sorteios de seus prêmios num caminhão especialmente preparado para isso. 
O veículo estacionava em frente à Sina Loteria e o povo se concentrava em frente para assistir, ao vivo o sorteio.
A loja Sina Loteria era instalada na rua Pinheiro Machado, no mesmo prédio em que hoje situa-se a Farmácia São João. Antes de construir a sua loja, Mário teve uma lojinha bem modesta situada na rua Marechal Deodoro, na  quadra situada entre as ruas Pinheiro Machado e Coronel Paulino Teixeira.
Além de bilhetes de loteria, a Sina também era forte vendedora de chocolates e revistas. Na época de páscoa, vendia muitos ovos de chocolate.

Fotos do acervo de Mário Glaeser

domingo, 4 de janeiro de 2015

5114 - Georg Heinrich Ritter: o primeiro cervejeiro do estado



Gerog Heinrich Ritter foi um dos imigrantes alemães que maior contribuição deu ao Rio Grande  do Sul. Ele era um homem de excelente formação, trabalhador e honesto. Ao chegar, foi direcionado para a colônia de Linha  Nova, que estava em fase inicial de implantação.
Permaneceu sempre na localidade, onde foi um importante líder. Era comerciante e fabricante de cerveja. Foi o primeiro a fabricar essa bebida no estado do Rio Grande do Sul.
Ele enriqueceu, mas manteve-se sempre na localidade de Linha Nova. Seus filhos, no entanto, foram para o Caí, Porto Alegre e Pelotas, sendo que alguns deles criaram grandes cervejarias. As maiores do estado.
Os filhos de Georg Heinrich fizeram parte de um grupo de empresários caienses (Renner, Oderich, Ritter e Mentz) que figuraram entre os mais destacados empresários gaúchos da primeira metade do século XX. Algumas de suas filhas casaram com expoentes desse mesmo grupo.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

5113 - Casamento em Linha Imperial

Leopoldina e José Kuhn, na festa do seu casamento
A localidade de Linha Imperial, situada hoje ao município de Nova Petrópolis, no ano de 1914 fazia parte de São Sebastião do Caí. Foi nesse ano que casaram Leopoldina Kandler e José Kuhn, no dia 14 de junho.
Na época, era moda as  noivas casarem com vestidos pretos.

Foto do acervo de  Felipe Kuhn Braun

5112 - Casa em estilo enxaimel, na região colonial alemã

Mulheres em frente a uma casa na região colonial alemã
do Vale do Sinos ou Caí
Ao tempo em que foi feita essa foto, a casa já era muito velha. Esse era o tipo de residência que os primeiros colonizadores alemães construíam, ainda na primeira metade do século XIX.
Então existiam poucas olarias e era muito difícil o transporte de tijolos ou telhas até os lotes, no meio da selva, que os primeiros colonos ganharam do governo ou conseguiram comprar com os seus escassos recursos.
Por isso, as primeiras casas foram feitas com o uso de madeira das árvores que os colonos precisavam derrubar nas suas propriedades, para limpar o terreno e fazer as plantações.
Felizmente, não faltava madeira de alta qualidade nesses lotes, que eram cobertos de mata virgem. A madeira de árvores centenárias é rígida e os colonos aprenderam a fazer, com ela, as vigas que formam a característica estrutura das casas  enxaimel.
Depois de armada a estrutura da casa, a parede era feita com uma maça, mistura de barro e capim. Na foto, percebe-se, no canto inferior esquerdo da foto, que o seu preenchimento era de tijolos. O que evidencia que essa não é uma casa tão antiga. 
O telhado era de madeira lascada, feita a machado, como parece ser o caso das  telhas da casa mostrada nessa foto.
As galinhas eram criadas  soltas no pátio da casa, garantindo o fundamental suprimento de proteínas, com os seus ovos e sua carne.
Era costumeiro, na época, que a dona de casa, mãe amorosa, esposa amável, proceder à execução das galinhas num processo que consistia em torcer o pescoço da ave numa torção repentina. Algumas dessas mulheres admiráveis, preferiam usar um facão para cortar o pescoço das  galinhas.
Habituadas a ver tal prática ser realizada por suas mães e avós, elas se habituavam  com o ato que, para nós, parceria brutal.

Foto do acervo de Felipe Kuhn Braun

sábado, 3 de janeiro de 2015

5111 - Nos passos desenvolveram-se as cidades

O  Passo do Tristão foi a origem da cidade de Montenegro


A primeira ponte construída sobre o rio Caí foi a ponte de ferro da Feliz. Só pelo final  dos anos 1950 e meados da década seguinte foram construídas as pontes de Montenegro e de Bom Princípio.
Antes disso, os viajantes que precisavam atravessar o rio precisavam  dos serviços de um barqueiro, que ficava na beira do rio, esperando a chegada de algum passageiro. Assim como fazem os taxistas, ainda hoje.
É interessante notar que onde havia um passo, geralmente surgia uma cidade. Foi assim com Montenegro, que teve o seu desenvolvimento inicial no ponto em que havia o passo.
Ele ficava no local onde começa a rua Doutor Flores, que estendia-se até o local da antiga igreja matriz (que ficava no que é hoje a pracinha defronte  à catedral). Observando com atenção a foto acima o leitor verá, ao fim da rua, a imagem distante da velha igreja.
Foi em torno dessa rua que a cidade começou a formar-se.
A foto é do século XIX e pode se notar que o porto (inaugurado em 1904) ainda não existia e não estava sequer em obras. Vê-se o barranco do  rio, principalmente no lado direito da foto.
Nota-se que barquinhos de diversos tipos prestavam o serviço da travessia. O maior deles, no qual estão dois homens, talvez conseguia levar um cavalo ou mula (que eram os veículos mais usados na época).
OUTRAS CIDADES
As cidades que hoje existem na beira do rio Caí desenvolveram-se em locais onde haviam passos. Até porque onde haviam passos, haviam estradas.  Foi assim no Pareci Novo, onde uma barca ainda funcionava até a década de  1960, no Caí, onde ela resistiu até 1970, na Feliz (até 1900) e em Vale Real. Em todos esses locais existem estradas, que eram importantes e movimentadas na época. Essas cidades surgiram ali por causa do passo e não o contrário. Tanto em Montenegro como na Feliz, tem-se registros de que o barqueiro foi o primeiro morador do local. Era uma época em que as terras eram abundantes e tinham pouco valor. Possuir terras não era sinal de riqueza, naquela época. Tristão Fagundes foi dono das terras que são hoje o centro da cidade de Montenegro, mas ele se dispunha a trabalhar como barqueiro, proporcionando a travessia do rio para os viajantes.

Foto do acervo de Romélio Oliveira

5110 - Montenegro ou São João de Montenegro

Do alto dos edifícios, os montenegrinos  conseguem avistar o Monte Negro,
que deu origem ao nome da cidade



Quem estuda a história de Montenegro se confunde com o nome da cidade que, hora é chamada de Montenegro e hora São João de Montenegro. 
Segundo o IBGE, o nome oficial da cidade mudou da seguinte forma:

Alterações toponímicas municipais

São João de Montenegro para Montenegro, alterado pelo decreto estadual n° 1, de 20-01-1916.
Montenegro para São João de Montenegro, alterado pelo decreto nº 2, de 28-02-1936.
São João de Montenegro para Montenegro, alterado em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.

Antes de tornar-se vila a região onde hoje se encontra a cidade de Montenegro era uma fazenda chamada Fazenda Montenegro. Nome proveniente de um morro cujas encostas são cobertas de densa mata nativa, o que fez com que ele ganhasse o nome de Monte Negro.
O local contava com um passo. Ou seja, local onde as pessoas podiam atravessar o rio Caí.
Isso não quer dizer que o rio ali era raso e dava para atravessar a pé ou a cavalo, mas o dono da fazenda, Tristão José Fagundes, atendia aos viajantes facilitando-lhes a travessia com uma canoa. Por isso o local, antes de ganhar o seu nome oficial, era também conhecido como Passo do Tristão.


5109 - História de Montenegro segundo o IBGE

Quando da sua criação, em 1873, São João de Montenegro incluía os territórios
dos atuais  municípios de Poço das Antas, Brochier, Maratá, São José do Sul, 
Pareci Novo, Harmonia, Tupandi, Bom Princípio, São Vendelino, 
Salvador do Sul, São Pedro do Sul, Barão e, ainda, a região de Carlos Barbosa, 
Garibaldi e Bento Gonçalves
Montenegro
Rio Grande do Sul 
Histórico

 O primeiro povoador conhecido é Inácio César de Mascarenhas, paulista de origem, que se
apossou das terras, vendendo-as, em 1758, ao capitão José Antônio Quibedes. Este tratou de
legalizar a posse, o que conseguiu através de uma concessão de sesmaria, em 1764. À propriedade,
devido ao cerro que lá existia, deu o nome de Fazenda de Montenegro, origem do topônimo atual.
 A Quibedes sucederam outros sesmeiros no período que vai de 1768 a 1820, constituindo
assim a fazenda, a célula da qual surgiu o Município, cujo povoamento foi feito, de início, com
elementos açorianos, paulistas e catarinenses.
 Os índios, porém, constituíam naquela época constante ameaça aos habitantes da região.
Aproveitando a ausência dos homens em suas ocupações cotidianas, roubavam, destruíam os
povoados nascentes, matavam e não raro levavam mulheres e crianças. Para contê-los foram
organizadas "bandeiras", cujo principal objetivo era afugentá-los. Podem ser citadas a de 1832, a cargo de Custódio Machado e dois anos mais tarde, a de Manuel José de Simas.
 Por essa época, chegaram os irmãos João e Augusto Brochier, franceses que se embrenhandonos sertões, lá ficaram, deixando enorme descendência. Fixaram-se nas nascentes de um arroio, aoqual foi dado o nome de Arroio dos Franceses. Catequizaram os índios, implantaram lavouras, instalaram serrarias, povoaram a colônia.
 A Guerra dos Farrapos teve também como palco as terras do Município. Entre os heróis
locais, citam-se: José Garcia, Manuel Jacinto e coronel Francisco Pedro de Abreu.
 Outro núcleo populacional surgido nesse período, foi o "Passo do Tristão", assim chamado,
pelo fato de Tristão José Fagundes transportar passageiros de uma para outra margem do rio Caí.
Mas Tristão foi mais longe. Planejou um lugarejo (origem da atual cidade), organizando uma planta em que figuravam três ruas principais e cinco transversais.
 Em 1.840, Guilherme Winter se antecipava à colonização sistemática que viria depois,
adquirindo terras no Maratá.
 A 13 de novembro de 1847, a Lei provincial n° 80 criava a primeira escola pública.
 Em 1855, um contrato entre o Governo Imperial e o Conde Paulo de Montravel estatuía que
seriam vendidas ao segundo as terras situadas entre o rio Caí e o arroio Maratá, sob a condição de serem colonizadas em 5 anos, a partir da medição e demarcação. À nova colônia de Santa Maria da Soledade acorreram agricultores de São Leopoldo. Mais tarde vieram holandeses, suíços, franceses, italianos e poloneses.
 Enfrentando inúmeras dificuldades, o empreendimento não foi avante. O contrato foi
rescindido, a firma indenizada e as terras voltaram ao Governo.
 O malogro, porém, não impediu que a colonização prosseguisse.
 Em 1856, Andreas Rochemburger e Pedro Schreiner fundavam a Colônia Maratá. No ano
seguinte Lothar de la Rue organizou a de Piedade e em 1861, as de Schweitzer e São Vendelino.
Entrementes, crescia o povoado de Passo do Tristão, sendo ali construída, em 1855, uma
capela curada sob o orago de São João. Em 1863, foi aberto o Passo das Laranjeiras no mesmo local do Passo do Tristão. Em 1870, mediam-se e demarcavam-se terras nas colônias Conde d’Eu e Princesa Isabel. Os alemães chegavam a Maratá e a freguesia, que havia sido criada em 1867, foi elevada à categoria de Vila com o nome de São João de Montenegro.
 E daí, não mais parou o crescimento do Município. Nem mesmo os movimentos
revolucionários, advindos posteriormente, abalaram a paz e a prosperidade que Montenegro passou a desfrutar entre os mais importantes centros econômicos da região.

Gentílico: montenegrino

Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de São João de Montenegro, pela lei provincial n° 630, de
18-10- 1867 e lei municipal de 23-08-1892, subordinado ao município de Triunfo.

Elevado à categoria de vila com a denominação de São João de Montenegro, pela lei
provincial nº 885, de 05-05-1873, desmembrado do município de Triunfo. Sede na antiga vila de São João de Montenegro. Constituído do distrito sede. Instalado em 04-08-1873.
 Pela lei provincial nº 1112, de 14-05-1877 e ato municipal nº 57, de 01-09-1903, é criado o
distrito de São Vendelino e anexado ao município de São João de Montenegro.
 Pela lei provincial nº 1213, de 10-05-1879, é criado o distrito de Bom Princípio e anexado ao
município de São João de Montenegro.
 Pela lei municipal de 23-08-1892, foram criados os distritos de Badenserberg, Barão,
Brochier, Estação Maratá, Harmonia e anexado ao município de São João de Montenegro.
 Por ato municipal nº 15, de 05-01-1900, foram criados os distritos de Campestre e Estação
São Salvador e anexado ao município de São João de Montenegro.
 Em divisão administrativa de 1911, o município de São João de Montenegro é constituído de
10 distritos: São João de Montenegro, Badenserberg, Barão, Bom Principio, Brochier, Campestre, Estação Maratá, Estação São Salvador, Harmonia e São Vendelino.
 Elevado à condição de cidade com a denominação de São João de Montenegro, pelo decreto
estadual n° 2026, de 14-10-1913.
 Pelo decreto estadual n° 1, de 20-01-1916, o município São João de Montenegro passou a
denominar-se simplesmente para Montenegro.
 Nos quadros de Apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920, o município é constituído de 8 distritos: Montenegro (ex-São João de Montenegro), Barão, Bom Principio, Brochier, Campestre, Estação São Salvador, Harmonia e São Vendelino. Não figurando o distrito de Badenserberg.
 Pelo ato municipal nº 14, de 09-12-1924, é criado o distrito de Poço das Antas e anexado
município de Montenegro.
 Pelo ato municipal nº 1, de 25-01-1929, é criado o distrito de Pareci Novo e anexado ao
município de Montenegro.
 Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 10 distritos:
Montenegro, Bom Principio, Brochier, Campestre, Estação Barão (ex-Barão), Estação Maratá, Estação São Salvador, Harmonia, Nova Sardenha, Pareci Novo, Poço das Antas e São Vendelino.
 Pelo decreto nº 2, de 28-02-1936, o município Montenegro voltou a chamar-se São João de
Montenegro.
 Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município se denomina
Montenegro é constituído de 11 distritos: Montenegro (ex-São São João de Montenegro) Barão (ex Estação Barão), Bom Princípio, Brochier, Estação São Salvador, Harmonia, Maratá (ex-Estação Maratá), Pareci Novo, Poços das Antas, São Salvador e São Vendelino.
 Pelo decreto estadual nº 7199, de 31-03-1938, o distrito de Estação São Salvador tomou o
nome de Natal.

 No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 11
distritos: Montenegro, Barão, Bom Princípio, Brochier, Harmonia, Marata, Natal (ex-Estação São Salvador), Pareci Novo, Poços das Antas, São Salvador e São Vendelino.
 Pelo decreto-lei estadual nº 720, de 29-12-1944, o distrito de Natal passou a denominar-se
Tupandi.
 Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 11 distritos:
Montenegro, Barão, Bom Princípio, Brochier, Harmonia, Maratá, Pareci Novo, Poços das Antas,
São Salvador, São Vendelino e Tupandi (ex-Natal).
 Pela lei estadual n° 2603, de 28-01-1955, os distritos de Bom Princípio e São Vendelino
foram transferidos município de Montenegro para constituir o novo município de Cái.
 Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 9 distritos:
Montenegro, Barão, Brochier, Harmonia, Maratá, Pareci Novo, Poços das Antas, São Salvador, e Tupandi.
 Assim permencendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
 Pela lei estadual nº 1270, de 03-11-1961, é criado o distrito de pesqueiro e anexado ao
município de Montenegro.

 Pela lei estadual nº 4577, de 09-10-1963, desmembra do município de Montenegro os
distritos de distrito de São Salvador do Sul, Barão e Poços das Antas, para constituir o novo
município de Salvador Sul.
 Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 7 distritos:
Montenegro, Brochier, Harmonia, Maratá, Pareci Novo, Pesqueiro e Tupandi.
 Pela lei municipal n° 1.836, de 17-02-1969, é extinto o distrito de Pesqueiro, sendo seu
território anexado ao distrito sede do município de Montenegro.
 Em.divisão territorial datada de I-I-1979, o município é constituído de 6 distritos:
Montenegro, Brochier, Harmonia, Maratá, Pareci Novo e Tupandi.
 Pela lei estadual nº 7653, de 12-05-1982, o distrito de Tupandi foi transferido do município
de Montenegro para o de Bom Princípio.
 Pela lei estadual nº 8556, de 11-04-1988, desmembra do município de Montenegro os
distritos Brochier e Maratá, para constituir o novo município de Brochier.
 Pela lei estadual nº 8562, de 13-04-1988, desmembra do município de Montenegro o distrito de Harmonia. Elevado á categoria de município.
 Em divisão territorial datada de 1988, o município é constituído de 2 distritos: Montenegro e
Pareci Novo.
Pela lei estadual nº 2810, 20-03-1992, foram criados os distritos de Costa da Serra, Fortaleza, Pesqueiro, Santos Reis e Vendinha e anexado ao município de Montenegro.
 Pela lei estadual nº 9620, de 20-03-1992, desmembra do município de Montenegro o distrito de Pareci Novo. Elevado á categoria de município.
 Em divisão territorial datada de 1999, o município é constituído do distrito sede.
 Em divisão territorial datada de 2001, o município é constituído de 6 distritos: Montenegro,
Costa Serra, Fortaleza, Pesqueiro, Santos Reis e Vendinha.
Assim permancendo em divisão territorial datada de 2007.

Texto extraído do site do IBGE